PROCESSO DE REVEGETAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA. ESTUDO DE CASO EM RAVINAS LOCALIZADAS NA FAZENDA EXPERIMENTAL DO GLÓRIA NO MUNICÍPIO DE UBERLÃNDIA-MG

January 6, 2018 | Author: Victor Faro Chaves | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

1 1 PROCESSO DE REVEGETAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA. ESTUDO DE CASO EM RAVINAS LOCALIZADAS NA FAZENDA EXP...

Description

1 PROCESSO DE REVEGETAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA. ESTUDO DE CASO EM RAVINAS LOCALIZADAS NA FAZENDA EXPERIMENTAL DO GLÓRIA NO MUNICÍPIO DE UBERLÃNDIA-MG Douglas Santana Serato - Graduando em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]). Alcione Herminia da Silva - Mestranda em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]) Pedro Bueno Rocha Campos - Graduando em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]). Eduardo Humberto Campos - Graduando em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]). Silvio Carlos Rodrigues - Professor Doutor da Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]). RESUMO Na busca pelo desenvolvimento econômico, o Brasil, nas décadas de 60 e 70 passou por grandes e decisivas transformações, principalmente no meio rural. O Cerrado Brasileiro foi se transformando em um poderoso e lucrativo negócio. Grandes áreas foram desmatadas para dar lugar a diversos tipos de cultivos. As conseqüências deste desenfreado desmatamento começaram a aparecer algumas décadas depois. O que se observa hoje em dia são as cicatrizes deixadas pela revolução verde. O número de áreas degradadas vem crescendo a cada dia que passa. Em vista desses problemas, este trabalho vem propondo técnicas de recuperação de áreas degradadas. O processo de recuperação de áreas degradadas é dividido em fase sendo a primeira fase a contenção do fluxo de água e da erosão. A segunda fase, estágio no qual se encontra este trabalho refere-se à revegetação da área. Para iniciar a revegetação, foram construídos canteiros triangulares no interior dos canais de estudo. Estes canteiros tinham suas pontas voltadas para a montante do canal, buscando com isso dispersar o fluxo de água. Após a construção dos canteiros, foram plantadas as espécies vegetais Arachis pintoi (Amendoim Forrageiro) e Macrotyloma axillare (Java). Após um mês de plantio, observou-se que os canteiro onde havia sido plantada as espécies Java (Macrotyloma axillare) e Amendoim forrageiro (Arachis pintoi), tiveram uma grande quantidade de sementes germinadas. PALAVRAS - CHAVE: Revegetação, erosão, espécies vegetais. ABSTRACT The intensive exploration had generated negative consequences to the environment. Agriculture areas, human occupation in risk areas and other, are factors which contributes to the continue and unfinished environmental degradation. Because of this and another fact that in Brazil are being elaborated projects to recuperate degraded areas, aiming not just the recuperation, but mainly, to start the environmental conscience of the population for preserving it. The research area is located in Experimental Glória Farm – UFU, located in the district of Uberlândia – MG, where were developed methods that join recuperation of

2 degraded areas with material of low costs, but applicable. It was constructed barriers to retain the sediments, which were done by means of bags full of sand. To measure the effectiveness of the barriers it was fixed some metallic pins in different points inside the channel, where were collected information about the quantity of sediments which were deposited or eroded. Another step of the process of degraded area recuperation is the re-vegetation. Considering this, it was used two different vegetal species, java (Macrotyloma axillares) and the Amendoin Forrageiro (Arachis pintoi). It was observed that both of them was adapted to the research area, however, it is too early to affirm which specie is better, because this research hat starts just two months early. Key Words: Revegetation, Erosion, plant species. INTRODUÇÃO Na busca pelo desenvolvimento econômico, o Brasil, nas décadas de 60 e 70 passou por grandes e decisivas transformações, principalmente no meio rural. O Cerrado Brasileiro foi se transformando em um poderoso e lucrativo negócio. Grandes áreas foram desmatadas para dar lugar a diversos tipos de cultivos. As conseqüências deste desenfreado desmatamento começaram a aparecer algumas décadas depois. O que se observa hoje em dia são as cicatrizes deixadas pela revolução verde. O número de áreas degradadas vem crescendo a cada dia que passa. Dentre as regiões afetadas por tal

processo, o Triângulo Mineiro, situado no estado de Minas Gerais, sofreu intensa exploração. A conseqüência dessa intensa e desenfreada ação antrópica foi a transformação negativa da paisagem, gerando impactos ambientais ligados ao desmatamento e a urbanização. A intervenção humana sobre o relevo requer a ocupação e consequentemente gera transformações da superfície do terreno. Algumas destas intervenções, dependendo da forma como é conduzida, podem acarretar impactos ambientais que por sua vez podem ocasionar prejuízos imensos ao meio físico e aos seres humanos. Uma área quase totalmente alterada pela ocupação humana é a bacia hidrográfica do Córrego do Glória, localizada no município de Uberlândia (MG). O grande desmatamento na área para a construção de estradas, para o cultivo e formação de pastagens, expôs o solo diretamente aos agentes climáticos, trazendo com isso uma intensificação da erosão natural, causando prejuízos ao meio ambiente. Devido a esses impactos ocorridos ao longo da bacia hidrográfica do Córrego do Glória, despertou-se um grande interesse em pesquisar as conseqüências de tais impactos, mais especificamente uma voçoroca localizada numa micro-bacia, afluente do Córrego do Glória, o qual é tributário do rio Uberabinha, principal reserva de abastecimento da cidade de

3 Uberlândia. Tal voçoroca foi escolhida por se tratar de uma evolução desencadeada pelo desmatamento (ações antrópicas) e acelerada pela ação intempérica (a chuva principalmente). Os canais a serem analisados encontram-se num estágio de crescimento bem acentuado. A idéia consiste em recuperar uma parcela destes canais, com o intuito de verificar técnicas simples e eficazes de recuperação em áreas degradadas. Os motivos pelos quais se propõe tal pesquisa giram em torno de um melhor conhecimento a respeito do que é uma voçoroca, quais são seus mecanismos de formação, qual o papel da ação do homem no que diz respeito ao agravamento da degradação da área, quais as conseqüências de tais ações (ação humana), quais os possíveis métodos a serem utilizados visando uma recuperação da área degradada, entre outros fatores que no decorrer da pesquisa serão analisados.

Caracterização Regional e Local

A área de estudo perfaz a região do município de Uberlândia, na Fazenda Experimental do Glória. Uberlândia situa-se no Estado de Minas Gerais, na meso-região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. (Mapa 1).

Mapa 1: Localização do Município de Uberlândia e do local de estudo. Org.: SERATO, 2007

4 O município de Uberlândia está inserido no Bioma Cerrado, sendo que seus principais tipos fisionômicos são: vereda, campo limpo, campo sujo, Cerradão, mata de várzea, mata galeria ou ciliar e mata mesofítica. A hidrografia do município pertence à Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, afluente do Rio Paranaíba tendo o rio Uberabinha e seu afluente Bom Jardim como principais cursos d’água que são utilizados como fontes de abastecimento de água para a cidade. A erosão a ser estudada localiza-se à margem esquerda do Córrego do Glória.(Fig. 1)

Figura 1: Área de estudo na fazenda do Glória, Uberlândia (MG). Org.: SERATO, 2007

Carrijo e Baccaro (2000, apud Brito 2007), afirmam que o município de Uberlândia está situado no domínio dos Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná, estando inserido na sub-unidade do Planalto Meridional da Bacia do Paraná, apresentando relevo tabular, levemente ondulado, com altitude inferior a 1.000 m. O autor complementa afirmando que as bases geológicas do município são os basaltos da Formação Serra Geral do Grupo São Bento e rochas do Grupo Araxá nas proximidades da divisa com o município de Araguari. Encontram-se recobertos pelos arenitos das formações Marília, Adamantina e Uberaba do Grupo Bauru e ainda arenitos da formação Botucatu do Grupo São Bento. Baseado em dados da EMBRAPA (1982, apud Brito 2007), os solos do município de Uberlândia são do tipo LatossoloVermelho-Escuro Álico, Latossolo-Vermelho-Amarelo

5 Álico, Latossolo Vermelho-Escuro Distrófico, Latossolo Roxo Distrófico e Eutrófico, Podzólico Vermelho-Cambissolo Eutrófico. Alves (2007) afirma que na voçoroca estudada existem somente dois tipos de solos bem estruturados, o Latossolo Vermelho Amarelo que ocorre na área à montante da cabeceira da voçoroca e o Neossolo Litólico que se encontra à jusante da voçoroca, local onde se tem o afloramento dos basaltos. A parte intermediária da voçoroca apresenta um material saprolizado a partir da decomposição dos arenitos, mostrando-se praticamente sem estrutura e com baixa agregação. Os Latossolos são solos muito profundos, geralmente ultrapassando os 2 metros de profundidade, e apresentam o horizonte B com uma profundidade superior a 50 centímetros. Os Latossolos possuem baixo teor de silte e também alta permeabilidade à água, são solos bastante intemperizados e apresentam uma baixa reserva de nutrientes favoráveis ao desenvolvimento das plantas e baixa a média capacidade de troca catiônica. (SOUZA, LOBATO, 2005). Palmieri e Larach (2006), ao abordarem as características dos Latossolos Vermelhos amarelos, afirmam que “compreende indivíduos de cores vermelho-amarelas [...] e em geral, apresentam no horizonte Bw a estrutura granular moderadamente desenvolvida em blocos subangulares”. A zona saprolítica é caracterizada por intenso microfraturamento, no qual o material encontra-se compactado e apresenta pouca porosidade e ainda poucos minerais secundários. Segundo Porto (2006), as porções inferiores do saprólito costumam apresentar uma granulação mais grosseira e mais porosa. Já as porções superiores apresentam uma textura mais fina e quase nenhum mineral primário. Com relação aos Neossolos Litólicos, estes apresentam uma profundidade inferior a 50 centímetros, sendo considerados rasos. Os valores de argila ficam em torno de 20%, a capacidade de troca catiônica é considerada alta, porém, a quantidade de alumínios trocáveis é baixa. (MEDEIROS et al., 2007). A erosão dos solos compreende a destruição física das estruturas do solo e seu carregamento em geral é feito pela água da chuva e também pelo vento. A erosão pode ser desencadeada por processos naturais ou antrópicos. Lima et al.(2003 apud Camapum de Carvalho, 2006), afirmam que o processo erosivo depende tanto de fatores externos, como o potencial de erosividade da chuva e escoamento superficial, como de fatores internos, como desagregabilidade e erodibilidade do solo. E

6 complementam dizendo que a evolução da erosão ao longo do tempo depende de fatores como características geológicas e geomorfológicas do local e evolução mineralógica do solo. Alguns mecanismos são responsáveis pela erosão, dentre eles temos o splash erosion, ou erosão por salpico. Este mecanismo de erosão tem seu início quando a gota da chuva impacta o solo causando a compactação da superfície do terreno, por meio da remobilização de silte e argila nos espaços intergranulares. Esta compactação pode implicar na redução da capacidade de infiltração, acarretando o aumento do escoamento superficial. (OLIVEIRA, 2005). A energia cinética da chuva é o fator que determina a habilidade da chuva em causar erosão. A determinação do potencial erosivo depende principalmente dos parâmetros de erosividade, assim como das características da gota da chuva. Nesse projeto, em especial, foi estudada a erosão por voçorocamento, definida como um processo erosivo associado com erosão acelerada e com a instabilidade da paisagem, desencadeado pelo acúmulo de água proveniente do escoamento superficial e subsuperficial, influenciados pelas propriedades dos solos, regime pluviométrico, características das encostas, uso do solo e desmatamento da vegetação, gerando estreitos canais que removem o solo da região em consideráveis profundidades. (MORGAN, 2005 apud FEITOSA, 2005). Com relação às causas que levam à erosão por voçorocamento, Coelho Netto (1998) coloca que o ravinamento e o voçorocamento são causados por diversos fatores que atuam em diferentes escalas temporais e espaciais. Todos derivam de rotas tomadas pelos fluxos de água, que podem ocorrer superficialmente ou subsuperficialmente. Ravinas e voçorocas são processos erosivos distintos. Guerra (1998) explica que a diferença entre esses processos refere-se ao caráter dimensional. “As ravinas são incisões de até 50 centímetros de largura e profundidade. Acima desses valores, as incisões erosivas seriam denominadas de voçorocas.” A Embrapa Agrobiologia desenvolveu uma tecnologia para áreas que sofreram sérios impactos como regiões de mineração, voçorocas e encostas urbanas. A metodologia baseia-se na utilização de espécies vegetais associadas a microrganismos do próprio solo. As leguminosas têm a capacidade de recuperar a fertilidade do solo e como resultado a recuperação rápida da vegetação, mesmo nos locais onde o subsolo já está exposto. Outra vantagem é que a tecnologia promove uma redução de até 50% nos custos, se comparada a outros métodos de recuperação ambiental. Lepsh (2002), coloca que devido à falta de vegetação natural, o solo fica exposto a uma série de fatores que ocasionalmente o empobrecem. O autor ainda afirma que os

7 processos de empobrecimento e lixiviação, erosão hídrica, erosão eólica, excesso de sais ou salinização, degradação física e degradação biológica, contribuem drasticamente para o empobrecimento e provável perda de solo. A utilização de espécies nativas visando à reabilitação de áreas é uma das melhores alternativas. Tais espécies precisam ter afinidade com os solos, o clima e as demais espécies da região. Estas espécies nativas, assim como outros tipos de vegetação, propiciam uma cobertura vegetal que por sua vez atua como fator de proteção para o solo. Chagas et al. (2001) complementa afirmando que:

“A cobertura vegetal é a defesa natural de um terreno contra sua degradação. A vegetação exerce proteção contra o impacto das gotas de chuva, na dispersão da água que é interceptada e evaporada antes que atinja o solo, na decomposição das raízes das plantas que formando canalículos no solo aumenta a sua infiltração de água, no melhoramento da estrutura do solo pela adição de matéria orgânica, no aumento a sua capacidade de retenção de água, e na diminuição da velocidade de escoamento da enxurrada pelo aumento do atrito na superfície”. (CHAGAS et al.,2001. p. 5 e 6).

Outro aspecto muito importante e que merece atenção, é a matéria orgânica do solo. De acordo com SANTOS (2008):

“Em solos de ambientes tropicais e subtropicais, a matéria orgânica tem grande importância como fonte de nutrientes para as culturas, na retenção de cátions, complexação de elementos tóxicos e de micronutrintes, estabilidade da estrutura, infiltração e retenção de água, aeração, e serve como fonte de carbono e energia aos microorganismos heterotróficos, constituindo-se, assim, num componente fundamental de potencial produtivo desses solos.” (SANTOS et al. 2008. p.7).

MATERIAL E MÉTODOS

A área de estudo foi dividida em quatro canais: A, B, C e D. Em todos os canais, foram plantadas as espécies vegetais Java (Macrotyloma axillare) e o Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi) (Fig. 02).

8

Figura 02: Em amarelo os canteiros com Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi), e em azul os canteiros com a Java (Macrotyloma axillare).

A metodologia de plantio foi feita da seguinte maneira: A uma semana do plantio foi feito o controle das formigas cortadeiras, através do formicida Mirex. Foram utilizadas sementes puras doadas pela Matsuda Sementes. A Adubação realizada teve como base a análise de solo da área, assim, foram feitos canteiros triangulares de 0,75m X 0,75 m, espaçados entre si por volta de 4m, nos quais foram adicionados 50 g termofosfato Yoorim; 15 g de FTE BR12; 100gr de Calcário Dolomítico e 1 litro de adubo orgânico de origem animal (esterco de curral curtido). O adubo foi incorporado ao canteiro, e logo em seguida foi feita a semeadura conforme recomendação técnica da empresa fornecedora para cada espécie em Kilos por hectare (Kg/ha), obedecendo a profundidade máxima de plantio de 2 a 5 cm, distribuídas em pequenos sulcos dentro dos canteiros. As espécies plantadas nos canteiros foram a Java (Macrotyloma axillare) e o Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi). A Java traz consigo características que a possibilita ser inserida num programa de revegetação de áreas degradadas, principalmente no que se refere à sua adaptação em condições de baixa precipitação, alta temperatura e baixa fertilidade do solo. O Amendoim Forrageiro é indicado para cobertura de solos em culturas perenes como pomares, com o objetivo de controlar erosões, competir com as ervas daninhas e fixar nitrogênio atmosférico, além de servir como forrageira.

9 Para mensurar as plantas foi utilizado um paquímetro e uma régua. O paquímetro foi utilizado para mensurar o diâmetro do caule, enquanto que a régua foi utilizada para mensurar o diâmetro da copa. A metodologia adotada foi medir cinco plantas por canteiro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em cada canal estudado foram plantadas espécies vegetais com o intuito de conseguir obter uma cobertura vegetal capaz de proteger e beneficiar o solo através da matéria orgânica produzida. As espécies escolhidas para serem utilizadas foram o Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi) e a Java (Macrotyloma axillare) todas estas do tipo leguminosas forrageiras herbáceas e doadas pela EMBRAPA Agrobiologia. O processo de revegetação já mostrou alguns resultados. Após 15 dias do plantio, tanto a Java quanto o Amendoim já haviam germinado, entretanto, verificou-se que não houve diferença significativa entre elas no que diz respeito ao crescimento em altura e população na emergência das plantas (Foto 2 e 3).

Foto 2: Canteiro com Amendoim Forrageiro(Arachis pintoi) aos 15 dias de plantio. Autor: SERATO, 2009

10

Foto 3: Canteiro com Java (Macrotyloma axillare) aos 15 dias de plantio.. Autor: SERATO, 2009.

Visando uma comparação das duas espécies, aos 30 dias da semeadura foi realizada a mensuração do diâmetro do caule e copa das plantas, utilizando o paquímetro tradicional e régua graduada de 30 cm, respectivamente. O procedimento usado foi a seleção de cinco plantas que melhor representavam a população em cada canteiro. Os dados referentes ao diâmetro do caule e da copa, estão representados na tabela 1. Este quadro nos permite observar que nos canteiros com Amendoim forrageiro, o diâmetro do caule apresentou valores variando entre 0,122cm a 0,152cm. Já nos canteiros com Java, o diâmetro do caule variou entre 0,115 a 0,174cm. Esta variação se deve ao fato de que no canal B, o canteiro com Amendoim forrageiro, o qual apresentou uma média de diâmetro de caule equivalente à 0,115cm, está localizado em uma área de constante acumulo de água e sedimentos (Foto 5)

11

Foto 4: Canteiro com Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) onde é possível observar a grande quantidade de acúmulo de água e sedimento. Fonte: SERATO, 2009.

Tabela 1: Média do diâmetro do caule e da copa dos canteiros com vegetação. Canteiros com Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi) Diâmetro do Caule Canal A 0,132cm Canal B 0,122cm Canal C 0,135cm Canal D 0,152cm

Canteiros com Java (Macrotyloma axillare)

Canteiros com Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi) Diâmetro da Copa Canal A 9,72cm Canal B 8,68cm Canal C 10,475cm Canal D 8,84cm

Canteiros com Java (Macrotyloma axillare)

Diâmetro do Caule Canal A 0,139cm Canal B 0,115cm Canal C 0,121cm Canal D 0,174cm

Diâmetro da Copa Canal A 12,54cm Canal B 10,26cm Canal C 7,60cm Canal D 14,1cm

Autor: SERATO, 2009.

Aos 45 dias do plantio foi possível observar um significativo desenvolvimento das plantas. A Macrotyloma axillare apresentou-se como a de maior crescimento. O Amendoim forrageiro também demonstrou um relativo crescimento, porém não superior à Macrotyloma axillare (Foto 5, 6, 7e 8).

12

Foto 5: Macrotyloma axillare aos 30 dias de plantio. Autor: SERATO, 2009

Foto 6: Macrotylma axillare aos 45 dias de plantio. Autor: SERATO, 2009

13

Foto 7: Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) aos 30 dias de plantio. Autor: SERATO, 2009

Foto 8: Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) aos 45 dias de plantio. Autor: SERATO, 2009

14

CONCLUSÃO

Com o término do trabalho algumas conclusões foram depreendidas. De início é importante reforçar a necessidade de cada vez mais desenvolvermos projetos voltados à recuperação de áreas degradadas e ao estudo da erosão, pois é notória a necessidade de obter mais informação que possam contribuir para o controle dos processos erosivos e recuperação do meio ambiente. No que se refere à revegetação, é importante colocar que os dados presentes neste artigo são dados iniciais. O plantio foi realizado a pouco mais de um mês, ou seja, para que se tenha resultados mais concretos é necessário que haja no mínimo três meses após o plantio. É importante colocar que o processo de recuperação ambiental demanda tempo, esforço, dedicação e conhecimento. Visto isso, tem-se que entender que os resultados mais concretos serão observados mais tarde, pois os resultados de momento proporcionam tal convicção.

AGRADECIMENTOS

À FAPEMIG, pela bolsa do projeto de pesquisa intitulado “Avaliação e Recuperação de Área Degrada (Voçoroca) no Interior da Fazenda Experimental do Glória no Município de Uberlândia-MG”

REFERÊNCIAS

ALVES, R. R. Monitoramento dos processos erosivos e da dinâmica hidrológica e de sedimento de uma voçoroca: estudo de caso na Fazenda do Glória na zona rural de Uberlândia-MG. p. 104 Tese (Mestrado em Geografia)., Instituto de Geografia, UFU, 2007.

BEZERRA, J. F. R. ; RODRIGUES, S. C. . Estudo do potencial matricial e geotêxteis aplicado à recuperação de um solo degradado, Uberlândia MG. Caminhos da Geografia (UFU), v. 6, p. 160-174, 2006. Disponível em: http://www.caminhosdegeografia.ig.ufu.br/include/getdoc.php?id=572&article=281&mode= pdf . Acesso em mai. 2007.

15 BRITTO, J. L. S. Mapeamento do uso da terra e cobertura vegetal do município de Uberlândia-MG, utilizando imagens CCD/CBERS 2. Disponível em: www.ig.ufu.br/revista/volume15/artigo13_vol15.pdf Acesso em mai. 2007.

CAMAPUM DE CARVALHO, J; SALES, M. M; SOUZA, N. M; MELO, M. T. S. Processos erosivos. In: Processos Erosivos no Centro-Oeste Brasileiro. 1º Edição. Brasília: FINATEC, 2006. 39-91p.

CHAGAS, N. G. ; NASCIMENTO, J. T. ; SILVA, I. de F. da ; BELTRÃO, N. E. M. . Efeito de sistema de cultivo e manejo na conservação do solo e produtividade das culturas para agricultores de sequeiro.. In: 3 SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA NO SEMI-ÁRIDO, 2001, Campina Grande. Campina Grande : EMBRAPACNPA, 2001. v. CD. Disponível em: http://www.abcmac.org.br/files/simposio/3%20Simp_Nielson_%20Efeito%20de%20Sistema s.pdf . Acesso em Fev. 2008. COELHO NETTO, Ana Luiza ou NETTO, A.L.C. ; AVELAR, A. S. . Hidrologia de Encosta a Interface com a Geomorfologia. In: Sandra Baptista da Cunha; Antônio José Teixeira Guerra. (Org.). Geomorfologia: Exercícios, Técnicas e Aplicações. 1 ed. RIO DE JANEIRO: BERTRAND, 1995, v. 1, p. 103-138. EMBRAPA. Tecnologias Embrapa auxiliam na recuperação de áreas degradadas Disponível em: http://cnpab.embrapa.br/publicacoes/sistemasdeproducao/vocoroca/index.htm Acesso em mai. 2007.

FEITOSA, A. C. ; FURTADO, M. S. ; LIMA, N. F. C. ; BRITO, L. C. Erosive Processes at Bacanga State Park Area. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LAND DEGRADATION AND DESERTIFICATION, 2005, Uberlândia, 2005.

GUERRA, A. J. T. (Org.) ; BOTELHO, R. G. M. ;. Erosão dos solos. In: GUERRA, A. J. T. (Org.) ; CUNHA, S. B. (Org.) . Geomorfologia do Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. v. 1. 388 p.

GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T., CUNHA, S. B. (eds.). Geomorfologia, uma atualização de bases e conceitos, 3º edição, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1998.149-209.

IBGE Informações sobre as cidades. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php. Acesso em mai. 2007 LEPSH, F. I. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. 178 p.

16 MEDEIROS, P. S. C. de ; PEDRON, F. A. ; STURMER, S. L. C. ; RODRIGUES, M. F. ; AZEVEDO, A. C. ; DALMOLIN, R. S. D. . Caracterização de Neossolos Litólicos e Neossolos Regolíticos do RS e análise do seu potencial agrícola. In: XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO SOLO, 2007, Gramado. XXXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2007.

OLIVEIRA, M. A. T. de. Processos erosivos e preservação de áreas de risco de erosão por voçorocas. In: GUERRA, A. J. T., SILVA, A. S. & BOTELHO, R. G. M (org.). Erosão e Conservação dos Solos: conceitos, temas e aplicações. Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 1999. p. 57-94.

PALMIERI, F, LARACH, J. O. I. Pedologia e Geomorfologia. In: CUNHA, S. B. ; GUERRA, A. J. T. . Cunha, S.B. e Guerra, A.J.T. Orgs. Geomorfologia e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. p. 59-119.

PORTO, C. G. Intemperismo em regiões tropicais. In: CUNHA, S. B. ; GUERRA, A. J. T. . Cunha, S.B. e Guerra, A.J.T. (1996). Geomorfologia e Meio Ambiente. Orgs. Ed. Bertrand Brasil, 394p.. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. 394 p.

SANTOS, G. A. ; CAMARGO, F. A. O. ; CAELLAS, L. P. ; SILVA, L. S. da. Fundamentos da Matéria Orgânica do Solo. Ecossistemas tropicais e subtropicais.. Porto Alegre: Gênesis, 2008. v. 2. 636 p.

SOUZA, D. M. G. DE, LOBATO, E. Latossolos. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_96_10112005101956. html. Acesso em Fev. 2008.

VERTICAL GREEN. Sistema para controle de erosão. http://verticalgreen.com.br/tecnologias/tec22.htm. Acesso em mai. 2007.

Disponível

em:

View more...

Comments

Copyright � 2017 SILO Inc.