PesquisABC Nº 11 Agosto 2014

July 5, 2016 | Author: Maria de Belem Caldas Caires | Category: N/A
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1 PesquisABC Nº 11 Agosto 2014 Informativo da Pesquisa Científica na Universidade Federal do ABC Caros leito...

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Parceria entre a FSA e a UFABC: contribuindo para o crescimento regional A Fundação Santo André (FSA) foi criada em 1962, por meio da Lei Municipal no 1.840 da Prefeitura de Santo André, para manter incialmente a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas (FAECO) que neste ano completará 60 anos de existência e foi a primeira escola de ensino superior da região do Grande ABC. Posteriormente, A Fundação Santo André criou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIL), em 1966, e a Faculdade de Engenharia (FAENG), em 2003. No final dos anos 90, as três faculdades foram aglutinadas no Centro Universitário Fundação Santo André, com a missão de promover a produção, difusão e aplicação do conhecimento, a partir da excelência acadêmica e da responsabilidade social com o seu entorno. Com a criação da UFABC, o caráter regional da FSA fez com que, desde o início, se buscasse uma aproximação entre as duas instituições, com o desejo de fomentar a interação entre seus pesquisadores e alunos no sentido de promover o crescimento social, acadêmico e tecnológico da região. Alguns projetos foram desenvolvidos em parceria entre as duas instituições, a destacar o Projeto EJA, EcoSol e Tecnologia Social de 2009, com financiamento do MEC, sob a responsabilidade do Prof. Dr. Ricardo Moretti da UFABC e com a participação de membros da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da FSA (ITCP-FSA), em especial da Profa. Me. Marineide do Lago Salvador dos Santos e do Prof. Dr. Carlos Aparecido Kantor, da FSA. Este projeto teve como objetivo integrar educação e trabalho, no sentido da Economia Solidária. Outra cooperação que têm produzido bons frutos é a organização do Simpósio de Pesquisa do Grande ABC, em conjunto com outras cinco instituições da região, que tem promovido o intercâmbio de conhecimento entre os

pesquisadores e alunos de Iniciação Científica da região e encontra-se no seu quarto ano de realização, somando anualmente cerca de 500 trabalhos científicos nas mais diversas áreas de conhecimento. Este evento é uma importante ferramenta de integração entre os professores e alunos das duas instituições, uma vez que promove uma maior aproximação entre seus membros. Recentemente, o novo Reitor da FSA, o Prof. Dr. José Amilton de Souza, que assumiu o cargo no último dia 1o de abril, teve um encontro com o Prof. Dr. Klaus Capelle, quando foram discutidos vários projetos de cooperação, com o intuito de estreitar-se ainda mais os laços regionais que unem as duas instituições. Essas iniciativas são de extrema importância para fortalecer a parceria entre a Fundação Santo André e a Universidade Federal do ABC, contribuindo de maneira positiva para o crescimento acadêmico e tecnológico da região.

Conselho editorial: Marcela Sorelli Carneiro Ramos (Pró-Reitoria de Pesquisa); Alessandra de Castilho (Comunicação); Annibal Hetem Júnior (CECS); Francisco Javier Ropero Peláez (CPIC); Giselle Watanabe Caramello (CCNH) Antonio Cândido Faleiros (CMCC). Edição, redação e editoração: Assessoria de Comunicação e Imprensa, ([email protected]). Tiragem: 2500 exemplares.

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Informativo da Pesquisa Científica na Universidade Federal do ABC

Caros leitores, Em sua 11a edição, o PesquisABC traz notícias que abordam a pesquisa científica em um contexto tecnológico, inovador e de novos desafios para o século 21. A reportagem com os dirigentes do CNPq ilustram de forma clara e objetiva um projeto piloto do CNPq em andamento na UFABC. Trata-se do Doutorado Acadêmico Industrial, um programa de bolsas que incentiva a realização de projetos de Doutorado em colaboração com o setor produtivo. Em consonância à esse projeto, a UFABC tem aplicado esforços para a criação de Incubadoras de Base Tecnológica visando uma maior articulação entre a academia e mundo coorporativo. Ainda em relação às pesquisas científicas, levamos ao conhecimento dos leitores duas reportagens sobre as Comissões de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos e animais de experimentação. É possível observar a estrutura dessas comissões e competências que tangem as leis federais e permitem que façamos pesquisa científica com ética e qualidade. Nesta edição, destacamos um magnífico evento sediado na UFABC, com participação de 40 países. O International Masterclasses – Hands On Particle Physics foi realizado em março deste ano e proporcionou a alunos do ensino médio uma visita virtual a grandes laboratórios de pesquisa em partículas elementares ao redor do mundo.

Como participar da PesquisABC

Expediente

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Nº 11 • Agosto 2014

Prof. Dr. Maurício Bernardino Magro (Fundação Santo André)

Reitor: Klaus Werner Capelle; Vice-Reitor: Dácio Roberto Matheus; Chefe de Gabinete: Marcos Joel Rúbia; Pró-Reitor de Graduação: José Fernando Rey; Pró-Reitor de Pós-Graduação: Gustavo Martini Dalpian; Pró-Reitor de Pesquisa: Harki Tanaka; Pró-Reitor de Extensão: Daniel Pansarelli: Pró-Reitor de Administração: Júlio Francisco Blumetti Facó; Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional: Vitor Emanuel Marchetti Ferraz Junior; Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas: Gustavo Adolfo Galati.

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Pesquis ABC

Desejando contribuir com textos ou sugestões de pauta para o informativo PesquisABC, envie um e-mail para [email protected]. br. A divulgação de oportunidades na participação de projetos e novidades em pesquisa são alguns dos assuntos que poderão ser publicados. Este informativo vai ajudá-lo a conhecer melhor o que acontece na pesquisa e a divulgar seus projetos em nossa comunidade, estimulando parcerias científicas interessantes e orientações produtivas.

Mais uma vez a UFABC tem se destacado no cenário mundial. O Brazilian Research Ranking, elaborado pelo Centre for Science and Technology Studies consolidou a UFABC como a melhor Universidade Brasileira. Os dados mostram destaque para impacto na produção científica e número de citações ao redor do mundo. Ainda, destacamos os alunos premiados no Simpósio de IC 2013 e seus respectivos trabalhos, e também a realização do IV Simpósio de Pesquisa do ABC, a ser sediado na UFABC, Câmpus São Bernardo do Campo. Por fim, continuamos a sequência de matérias sobre a colaboração da UFABC com outras instituições de ensino e pesquisa da região do ABC. Desta vez, a Fundação Santo André (FSA) descreve algumas de suas iniciativas e parcerias com a UFABC. Esperamos que todos tenham uma boa leitura!

Conselho Editorial

PesquisABC · Nº 11 · Agosto 2014

Para dirigentes do CNPq, aproximação maior entre academia e empresas é fundamental Em visita à UFABC no início de julho, os dirigentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): Guilherme Sales Melo, Cimei Borges Teixeira e Guilherme Sales Melo diretor de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais, e Cimei Borges Teixeira, coordenador do Programa de Capacitação Tecnológica e Competitividade, falaram do vínculo entre atividade científica e capacitação tecnológica. PesquisABC — Qual a importância da pesquisa acadêmica na capacitação tecnológica e na competitividade? Cimei Borges Teixeira — Pesquisa é a base do desenvolvimento científico e tecnológico. No Brasil, grande parte da pesquisa científica e tecnológica ocorre nas universidades e centros de pesquisas, carecendo de maior envolvimento das empresas. O mercado cobra cada vez mais produtos, processos e soluções inovadores, e é fundamental que haja uma aproximação maior entre a academia e o setor empresarial, para que a nossa competitividade aumente ainda mais e possamos competir com os concorrentes internacionais. PesquisABC — Qual o panorama nacional dos estudos relacionados a esse tema nas instituições de ensino e de pesquisa? Guilherme Sales Melo — O Brasil tem investido muito na área de inovação para aumentar a competitividade brasileira, através do CNPq, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e de diversos ministérios, em todas as áreas nas quais o Brasil pode competir em melhores condições. O Programa Ciência Sem Fronteiras é um ótimo exemplo. PesquisABC — Como avalia os investimentos em fomento à pesquisa ligada à capacitação tecnológica? Guilherme — O investimento em qualquer tipo de pesquisa tem influência direta na questão da capacitação, pois a pesquisa em si já se configura como uma ação de capacitação. Na busca do cumprimento de um objetivo, os pesquisadores

agregam equipes, cujos componentes adquirem experiência e conhecimento. O desafio é trazer a pesquisa para as questões que envolvam o setor empresarial, de forma a aumentar nossa competitividade e contribuir para a sustentabilidade, pois sem produtividade, não há recursos e sem recursos, não há pesquisa. PesquisABC — Quais as perspectivas do CNPq para apoio ao envolvimento de empresas na investigação científica? Cimei — O CNPq, dentro do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, pode e deve contribuir para uma evolução da nossa forma de fazer ciência e produzir tecnologia. Em função de sua relação íntima com o pesquisador brasileiro, podemos fomentar uma melhor relação academiaempresa. Isso vem acontecendo com ações que buscam incentivar pesquisa dentro de empresas, como o caso do RHAE (Recursos Humanos em Áreas Estratégicas) Pesquisador na Empresa e o projeto piloto do Doutorado Acadêmico Industrial, executado pela UFABC. Busca-se também a valorização dos pesquisadores que se dedicam à pesquisa aplicada, por meio de bolsas específicas e o registro na Plataforma Lattes de Currículos de indicadores tecnológicos de produção. PesquisABC — Qual a análise do programa de Doutorado Acadêmico Industrial (DAI), desenvolvido na UFABC? Cimei — Ter um mecanismo que une a formação de alto nível à eventual solução de um problema prático de uma empresa é uma ideia que favorece dois lados: O lado acadêmico, ao demonstrar à sociedade a importância do investimento

Comitê avalia estudos com humanos O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) tem o objetivo de contribuir para que o desenvolvimento da pesquisa dentro da Universidade ocorra de acordo com padrões éticos e de defender a integridade física e psicológica dos sujeitos da pesquisa. De caráter consultivo, deliberativo e educativo, esse colegiado reúne professores da UFABC em um grupo interdisciplinar e independente. Entre as atribuições do CEP da UFABC estão a regulamentação, análise e aprovação da realização de estudos que envolvam seres humanos, emitindo

parecer em conformidade com resoluções do Conselho Nacional de Saúde. As avaliações dos projetos de pesquisa encaminhados ao Comitê — submetidos também à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) — ocorrem em reuniões mensais. Ao longo dos próximos meses, a atual gestão pretende encontrar maneiras de aumentar a agilidade na emissão das respostas aos pedidos dos pesquisadores. Informações complementares e detalhes sobre o funcionamento do CEP estão disponíveis em cep.ufabc.edu.br.

Composição da CEP/UFABC Coordenação Prof. André Mascioli Cravo • Prof. Peter Maurice Erna Claessens Representante da Pró-Reitoria de Pesquisa Profa. Ana Paula Romani

Representante da Pró-Reitoria de Pós-Graduação Prof. Peter Maurice Erna Claessens

Representante do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão

Representantes da Sociedade Civil Helio Dias

Profa. Maria Isabel Mesquita Vendramini Delcolli

Representantes docentes Prof. Marcelo Augusto Christoffolete Profa. Ana Carolina Quirino Simões Profa. Ana Paula de Mattos Arêas Dau Prof. André Mascioli Cravo Prof. Diogo Coutinho Soriano Profa. Luciana Campos Paulino Profa. Marcela Bermúdez Echeverry

Assessoria de Comunicação e Imprensa

Ranking holandês ratifica posição da UFABC O destaque da UFABC em rankings internacionais se consolidou com o lançamento do Brazilian Research Ranking (BRR), elaborado pelo Centre for Science and Technology Studies (CWTS) da Universidade de Leiden, Holanda, que é destinado a estudar a dinâmica da pesquisa científica e suas conexões com tecnologia, inovação e sociedade. No BRR, instituições de pesquisa brasileiras foram ranqueadas levando em consideração dois grandes grupos de indicadores, focando no impacto das instituições e nas suas colaborações, respectivamente. Os principais indicadores de impacto do BRR são o MNCS (número médio de citações normalizado) e o PP (proporção de artigos entre os 10% mais citados). No quesito MNCS, a UFABC aparece como a quarta melhor colocada entre as universidades públicas brasileiras. Já no quesito PP, a UFABC aparece como a segunda melhor universidade pública brasileira, indicando que somos uma das universidades que possuem o maior número de artigos entre os 10% mais citados

do mundo. Esse índice, junto com o MNCS, indica a altíssima qualidade média da produção científica da UFABC. No que tange a rede colaborativa, observa-se que a UFABC é a universidade brasileira com o maior número de colaborações internacionais. Uma grata surpresa é o bom desempenho no quesito ‘colaboração com a indústria’. Segundo o BRR, a UFABC já é a décima sexta universidade pública que mais colabora com a indústria. Conforme observado pelo Reitor, Prof. Klaus Capelle, “o novo ranking corrobora resultados de rankings anteriores, como o Ranking da Folha no quesito internacionalização e o ranking Scimago, no que se refere ao impacto da produção e as citações.” O Reitor enfatiza ainda que este novo ranking “... utilizou outro banco de dados e outro período de referência que os anteriores”, o que indica a robustez dos resultados excelentes obtidos pela UFABC. Mais informações: http://brr.cwts.nl/ranking

PesquisABC · Nº 11 · Agosto 2014

Comissão avalia uso de animais em atividades de pesquisa, ensino e extensão Desde 2009, a UFABC possui uma Comissão de Ética em Uso de Animais (CEUA/UFABC), cujas ações se caracterizam como educativas, consultivas, de assessoria e de fiscalização. Tratase do órgão deliberativo e de assessoramento da Universidade sobre temas referentes à utilização de animais para o ensino, pesquisa e extensão, além das rotinas de biotério. A CEUA analisa, emite pareceres e expede certificados à luz dos princípios éticos em experimentação animal, elaborados pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) e em concordância com as disposições da Lei Arouca (nº 11.794/8/10/2008). Pesquisadores que utilizam animais de experimentação devem informar à CEUA (formulário no sítio da Comissão — ceua.ufabc. edu.br) sobre a realização de procedimentos com no mínimo 60 dias de antecedência. O objetivo é confirmar a compatibilidade do estudo com a legislação aplicável. As reuniões ordinárias da Comissão ocorrem a cada 30 dias, no período de fevereiro a dezembro de cada ano.

A Coordenação da CEUA informa que os biotérios da UFABC são destinados exclusivamente para pesquisas científicas acadêmicas, utilizando roedores (ratos e camundongos), e são obrigatoriamente certificadas pela Comissão para serem executadas. Desse modo, há garantia de que os animais não serão submetidos a nenhum tipo de experimento que vá contra as leis de bemestar animal e biossegurança, tanto no que tange à utilização deles nos laboratórios de pesquisa como nos biotérios nos quais são mantidos. Entre os temas a serem discutidos na CEUA em 2014 estão a estruturação da disciplina Ciências de Animais de Laboratório do curso de pós-graduação em Biossistemas e o treinamento sobre biotério para os usuários de animais de experimentação (para alunos , técnicos administrativos e docentes). Também será avaliada a realização de um encontro aberto à comunidade interna sobre as leis que regem o uso de animais de experimentação e como funciona o envio de protocolos de ensino e/ou pesquisa para apreciação pela CEUA.

Composição da CEUA/UFABC Coordenação: Profa. Renata Simões Vice-coordenação: Profa. Elizabeth Teodorov Representantes dos Centros Representantes Veterinários Profa. Renata Simões Leonardo Frasson Reis

Representantes Ad Hoc Erica Carricondo Eduardo Reis

Representantes Biólogos Profa. Cibele Biondo

Representantes do corpo discente da pós-graduação Kelly Annes Erika Cristina dos Santos

Centro de Ciências Naturais e Humanas Prof. Marcelo Augusto Christoffolete Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas Profa. Patricia Aparecida da Ana Profa. Christiane Bertachini Lombello Centro de Matemática, Computação e Cognição Profa. Elizabeth Teodorov Prof. Marcelo Salvador Caetano

Os mandatos têm duração de dois anos, admitindo-se a recondução. A composição atual vigorará até outubro de 2015

em educação e pesquisa e o lado empresarial, ao obter o auxílio fundamental no processo de inovação e aumento de competitividade. Os docentes podem ser motivados a enfrentar novos desafios em seus campos de atuação e os alunos são apresentados a uma perspectiva de aplicação direta do conhecimento adquirido, o que também é altamente motivador. Em primeira análise, o que se percebe é o bom andamento dos primeiros projetos e que ações desta natureza são promissoras. PesquisABC — Como descreve o trabalho científico da UFABC? Guilherme — A UFABC é singular e serve

de modelo para uma academia moderna e em sintonia com as necessidades regionais. A multi e interdisciplinaridade aplicadas desde a base da formação acadêmica, estendendo-se à pósgraduação e às atividades de pesquisa, bem como a otimização de recursos com as centrais experimentais multiusuário, são exemplos da busca pelo novo e funcional. O sucesso desta estrutura se reflete na posição de destaque que a UFABC vem alcançando na qualidade da sua produção científica. Assessoria de Comunicação e Imprensa

Incubadoras de Base Tecnológica: da gestação de ideias inovadoras aos mercados O surgimento de novas empresas necessita ser induzido pelas associações de setores industriais, universidades, incubadoras de empresas, parques tecnológicos, entre outros atores indutores. Particularmente, os parques tecnológicos e as incubadoras de base tecnológica têm o papel de catalisar esforços para a concretização de ideias inovadoras em negócios para os mercados. As incubadoras de empresas que incorporam conhecimento tecnocientífico como seu principal insumo de produção oferecem condições para a transferência do conhecimento científico e tecnológico desenvolvido pelas universidades e institutos de pesquisa à sociedade. De acordo com o relatório técnico produzido em 2012 pela Anprotec denominado: “Estudo, análise e proposições sobre as incubadoras de empresas no Brasil”, as universidades e os centros de pesquisa são os locais de maior frequência para a implantação de incubadoras de base tecnológica, em razão do seu potencial de geração de conhecimento tecnocientífico e da sua capacidade de oferecer a aplicação da tecnologia no mesmo ambiente em que seu conhecimento foi gerado, reduzindo o time to market das empresas incubadas. No Brasil, as atividades de incubação de empresas apresentam história recente. De acordo com Anprotec (2012), os centros incubadores começaram a ser criados a partir da década de 1980, por ocasião da implantação

do primeiro Programa de Parques Tecnológicos no País promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Contudo, a implantação de um ambiente como este em universidades e institutos de pesquisa não é trivial. Para alcançar benefícios concretos de uma incubadora de empresas de base tecnológica em universidades, é necessário proceder estudos dos formatos de atuação da incubadora que melhor se adaptem à natureza dos arranjos e atividades da universidade e necessidades do seu entorno, além da presença do fomento ao empreendedorismo enquanto prática dentro da instituição. Sob esta perspectiva, uma cultura inovadora e empreendedora é essencial para as atividades de uma incubadora de empresas de base tecnológica, justamente por reconhecer seu papel para o desenvolvimento da região onde ela se insere, ao integrar atores científicos, tecnológicos e inovativos locais para a geração de tecnologias de produtos, processos e serviços, podendo ainda contribuir com o incremento da geração de emprego e renda, criação de novos negócios de conteúdo tecnológico e articulação com o setor público e outras instituições. Profa. Dra. Anapatrícia Morales Vilha (Coordenadora da Agência de Inovação)

Rodrigo Kimura e Vitor Bittencourt

(Divisão de Empreendedorismo Tecnológico da Agência de Inovação)

PesquisABC · Nº 11 · Agosto 2014

UFABC participa de evento de Física em parceria com LHC Todos os anos, universidades de cerca de 40 países recebem estudantes do Ensino Médio no evento International Masterclasses - Hands On Particle Physics. Em 2014, a UFABC entrou para o seleto grupo de instituições de ensino responsável por iniciar jovens no universo da física de partículas. Durante os dias 21 e 22 de março, os alunos tiveram contato com os trabalhos do CERN (European Organization for Nuclear Research), sob supervisão de professores da UFABC que colaboram com o LHC (Large Hadron Collider), o famoso acelerador de partículas. Os professores da Universidade Pedro Mercadante e Marcelo Zanotello, que participaram do evento, concederam entrevista ao PesquisABC. PesquisABC: Qual avaliação o senhor faz da importância de a UFABC receber um evento como o Masterclasses? Pedro Mercadante: Eu acho que é uma importância muito grande para a gente levar o conhecimento e motivar os estudantes a perceber que aqui na UFABC tem gente fazendo pesquisa e (fazendo os estudantes perceberem) o que é essa pesquisa com partículas elementares, que é basicamente a ideia do Masterclasses. É um evento que leva alunos do Ensino Médio a visitar um laboratório de pesquisa, a visitar uma universidade e vivenciar como é feita a pesquisa nessas áreas. É um evento importantíssimo para a gente divulgar e motivar os alunos, percebendo que também se faz ciência no Brasil, e ciência mundial, que está conectada com outros lugares do mundo. PesquisABC: Queria ouvir do senhor uma reflexão justamente sobre trazer os alunos do Ensino Médio para falar sobre física de partículas. Pedro Mercadante: Isso tem uma importância grande porque o que se aprende no Ensino Médio não tem muito a ver com a física moderna. A gente não sabe direito como devemos levar a física moderna ao Ensino Médio. E uma das iniciativas que a gente propõe é essa atividade que está mostrando como é que está sendo feita a física, como é que são as partículas elementares, até onde a gente conhece. Eu acho interessante que os alunos tenham essa oportunidade, não só para querer se motivar para a física de partículas ou física, mas para fazer ciência de um modo geral. PesquisABC: Falando sobre o LHC: de qual forma o senhor colabora com o CERN e o LHC? Qual é exatamente o seu trabalho?

Pedro Mercadante: Para você ser membro do CERN, você tem que ajudar e tem que colaborar com muitas coisas para o funcionamento do experimento. Uma dessas coisas que são necessárias ao experimento é a parte de computação. A nossa contribuição lá é muito forte nessa área de computação. A gente tem um cluster que faz parte ali da UNESP e faz parte do sistema computacional do CERN. A gente o mantém funcionando porque é um dos componentes do laboratório. Além disso, a gente contribui com análise de dados de física e essas análises estão cada vez mais coerentes. Outro aspecto, que é o que estamos querendo implementar agora, é o de instrumentação. Queremos participar da construção de um pedaço do detector, de uma parte física daquele detector ou participar da calibração e ser responsável por um certo sistema ali dos detectores. Esse é um projeto que envolve engenharia e pessoas da área técnica. PesquisABC: Já é possível falar de descobertas do LHC e aplicabilidades? Em que as descobertas podem ser aplicadas na ciência em geral e na tecnologia em geral? Pedro Mercadante: As descobertas em si não são descobertas que a gente espera aplicar em alguma coisa. A gente não tem nenhuma ideia do que seria. Então, por exemplo, descobrir o Bóson de Higgs, entender melhor como funcionam os mecanismos da física de partículas, como funciona o nosso universo... Não dá para saber para que isso serve porque não foi descoberto e a gente não descobre para fazer alguma coisa, mas o fato de ser uma tecnologia de ponta, ser difícil e ser complicado nos faz estar sempre no limite tecnológico. Enquanto estamos fazendo e procurando o Bóson de Higgs, temos que desenvolver tecnologias para procurar e essas tecnologias muitas vezes têm aplicações que são fora da área da física e a gente nem sabe que aplicações terão essas tecnologias.

PesquisABC: Qual a importância para a UFABC de ser sede de um evento como o Masterclasses? Marcelo Zanotello: Eu considero importante do ponto de vista da inserção da UFABC na comunidade científica internacional. São instituições do mundo inteiro que participam desse projeto de pesquisa lá no CERN e acho que a UFABC participar de eventos dessa natureza e amplitude contribui para que ela vá se colocando de forma definitiva e consistente nesse cenário internacional de pesquisas de ponta. PesquisABC: O senhor é graduado em física. Qual a sua opinião sobre o ensino de física nas escolas de ensino básico do Brasil hoje? Marcelo Zanotello: Há muitos desafios a serem superados para tornar esse ensino de qualidade. Mas um aspecto é o seguinte: o material didático que é usado para ensinar física na Educação Básica acaba determinando em grande parte como vai ser esse ensino e ele está fortemente vinculado ao que se ensina em física nos anos iniciais da educação superior. É como se a física ensinada na Educação Básica estivesse preocupada mais em formar futuros físicos. Por que não considerar também outros aspectos da física na Educação Básica? Eu considero necessária uma ampliação dos objetivos e das metodologias do ensino da física na Educação Básica para que ela passe a ser mais significativa para uma maior parte dos alunos. PesquisABC: O senhor falou do que falta no ensino de física. Como estimular essa grande parcela de estudantes que não tem interesse pelas matérias exatas, pela física mais marcadamente, a ter interesse por essa disciplina? Marcelo Zanotello: É preciso oferecer alternativas mais atrativas de contatos dos

estudantes com a física, tanto na escola como em ambientes não formais. Por exemplo, o evento do Masterclasses é uma delas. É uma iniciativa de um importante centro internacional de pesquisas de tentar uma aproximação com a comunidade, com a sociedade de forma geral. É possível mostrar um pouco para os alunos o dia a dia de um cientista, o que é fazer ciência, o que se trabalha nessa ciência, que resultados ela produz, quais são os seus objetos de estudo. PesquisABC: Então o senhor acha que o caminho são eventos como o Masterclasses? Queria ouvir do senhor uma reflexão sobre o que viu de interesse dos alunos do Ensino Médio no evento. Marcelo Zanotello: Mudanças substanciais na Educação requerem muito mais do que iniciativas pontuais de divulgação, mas o evento despertou muito a curiosidade de alguns alunos com os quais eu pude conversar um pouco nos momentos de intervalo. Eu acho que mostrou que esse mundo da ciência é acessível e pode ser interessante. As curiosidades deles iam além das próprias questões científicas. Eles perguntaram na videoconferência, por exemplo, aspectos pessoais da vida dos cientistas. O cientista é uma pessoa. Ele trabalha com a ciência, mas também faz outras coisas. Eu senti nos jovens uma curiosidade não só em aprender um pouco daquela física e tentar entender um pouco o que acontece lá, mas também como é o dia a dia de um cientista. Assessoria de Comunicação e Imprensa

PesquisABC · Nº 11 · Agosto 2014

UFABC participa de evento de Física em parceria com LHC Todos os anos, universidades de cerca de 40 países recebem estudantes do Ensino Médio no evento International Masterclasses - Hands On Particle Physics. Em 2014, a UFABC entrou para o seleto grupo de instituições de ensino responsável por iniciar jovens no universo da física de partículas. Durante os dias 21 e 22 de março, os alunos tiveram contato com os trabalhos do CERN (European Organization for Nuclear Research), sob supervisão de professores da UFABC que colaboram com o LHC (Large Hadron Collider), o famoso acelerador de partículas. Os professores da Universidade Pedro Mercadante e Marcelo Zanotello, que participaram do evento, concederam entrevista ao PesquisABC. PesquisABC: Qual avaliação o senhor faz da importância de a UFABC receber um evento como o Masterclasses? Pedro Mercadante: Eu acho que é uma importância muito grande para a gente levar o conhecimento e motivar os estudantes a perceber que aqui na UFABC tem gente fazendo pesquisa e (fazendo os estudantes perceberem) o que é essa pesquisa com partículas elementares, que é basicamente a ideia do Masterclasses. É um evento que leva alunos do Ensino Médio a visitar um laboratório de pesquisa, a visitar uma universidade e vivenciar como é feita a pesquisa nessas áreas. É um evento importantíssimo para a gente divulgar e motivar os alunos, percebendo que também se faz ciência no Brasil, e ciência mundial, que está conectada com outros lugares do mundo. PesquisABC: Queria ouvir do senhor uma reflexão justamente sobre trazer os alunos do Ensino Médio para falar sobre física de partículas. Pedro Mercadante: Isso tem uma importância grande porque o que se aprende no Ensino Médio não tem muito a ver com a física moderna. A gente não sabe direito como devemos levar a física moderna ao Ensino Médio. E uma das iniciativas que a gente propõe é essa atividade que está mostrando como é que está sendo feita a física, como é que são as partículas elementares, até onde a gente conhece. Eu acho interessante que os alunos tenham essa oportunidade, não só para querer se motivar para a física de partículas ou física, mas para fazer ciência de um modo geral. PesquisABC: Falando sobre o LHC: de qual forma o senhor colabora com o CERN e o LHC? Qual é exatamente o seu trabalho?

Pedro Mercadante: Para você ser membro do CERN, você tem que ajudar e tem que colaborar com muitas coisas para o funcionamento do experimento. Uma dessas coisas que são necessárias ao experimento é a parte de computação. A nossa contribuição lá é muito forte nessa área de computação. A gente tem um cluster que faz parte ali da UNESP e faz parte do sistema computacional do CERN. A gente o mantém funcionando porque é um dos componentes do laboratório. Além disso, a gente contribui com análise de dados de física e essas análises estão cada vez mais coerentes. Outro aspecto, que é o que estamos querendo implementar agora, é o de instrumentação. Queremos participar da construção de um pedaço do detector, de uma parte física daquele detector ou participar da calibração e ser responsável por um certo sistema ali dos detectores. Esse é um projeto que envolve engenharia e pessoas da área técnica. PesquisABC: Já é possível falar de descobertas do LHC e aplicabilidades? Em que as descobertas podem ser aplicadas na ciência em geral e na tecnologia em geral? Pedro Mercadante: As descobertas em si não são descobertas que a gente espera aplicar em alguma coisa. A gente não tem nenhuma ideia do que seria. Então, por exemplo, descobrir o Bóson de Higgs, entender melhor como funcionam os mecanismos da física de partículas, como funciona o nosso universo... Não dá para saber para que isso serve porque não foi descoberto e a gente não descobre para fazer alguma coisa, mas o fato de ser uma tecnologia de ponta, ser difícil e ser complicado nos faz estar sempre no limite tecnológico. Enquanto estamos fazendo e procurando o Bóson de Higgs, temos que desenvolver tecnologias para procurar e essas tecnologias muitas vezes têm aplicações que são fora da área da física e a gente nem sabe que aplicações terão essas tecnologias.

PesquisABC: Qual a importância para a UFABC de ser sede de um evento como o Masterclasses? Marcelo Zanotello: Eu considero importante do ponto de vista da inserção da UFABC na comunidade científica internacional. São instituições do mundo inteiro que participam desse projeto de pesquisa lá no CERN e acho que a UFABC participar de eventos dessa natureza e amplitude contribui para que ela vá se colocando de forma definitiva e consistente nesse cenário internacional de pesquisas de ponta. PesquisABC: O senhor é graduado em física. Qual a sua opinião sobre o ensino de física nas escolas de ensino básico do Brasil hoje? Marcelo Zanotello: Há muitos desafios a serem superados para tornar esse ensino de qualidade. Mas um aspecto é o seguinte: o material didático que é usado para ensinar física na Educação Básica acaba determinando em grande parte como vai ser esse ensino e ele está fortemente vinculado ao que se ensina em física nos anos iniciais da educação superior. É como se a física ensinada na Educação Básica estivesse preocupada mais em formar futuros físicos. Por que não considerar também outros aspectos da física na Educação Básica? Eu considero necessária uma ampliação dos objetivos e das metodologias do ensino da física na Educação Básica para que ela passe a ser mais significativa para uma maior parte dos alunos. PesquisABC: O senhor falou do que falta no ensino de física. Como estimular essa grande parcela de estudantes que não tem interesse pelas matérias exatas, pela física mais marcadamente, a ter interesse por essa disciplina? Marcelo Zanotello: É preciso oferecer alternativas mais atrativas de contatos dos

estudantes com a física, tanto na escola como em ambientes não formais. Por exemplo, o evento do Masterclasses é uma delas. É uma iniciativa de um importante centro internacional de pesquisas de tentar uma aproximação com a comunidade, com a sociedade de forma geral. É possível mostrar um pouco para os alunos o dia a dia de um cientista, o que é fazer ciência, o que se trabalha nessa ciência, que resultados ela produz, quais são os seus objetos de estudo. PesquisABC: Então o senhor acha que o caminho são eventos como o Masterclasses? Queria ouvir do senhor uma reflexão sobre o que viu de interesse dos alunos do Ensino Médio no evento. Marcelo Zanotello: Mudanças substanciais na Educação requerem muito mais do que iniciativas pontuais de divulgação, mas o evento despertou muito a curiosidade de alguns alunos com os quais eu pude conversar um pouco nos momentos de intervalo. Eu acho que mostrou que esse mundo da ciência é acessível e pode ser interessante. As curiosidades deles iam além das próprias questões científicas. Eles perguntaram na videoconferência, por exemplo, aspectos pessoais da vida dos cientistas. O cientista é uma pessoa. Ele trabalha com a ciência, mas também faz outras coisas. Eu senti nos jovens uma curiosidade não só em aprender um pouco daquela física e tentar entender um pouco o que acontece lá, mas também como é o dia a dia de um cientista. Assessoria de Comunicação e Imprensa

PesquisABC · Nº 11 · Agosto 2014

Comissão avalia uso de animais em atividades de pesquisa, ensino e extensão Desde 2009, a UFABC possui uma Comissão de Ética em Uso de Animais (CEUA/UFABC), cujas ações se caracterizam como educativas, consultivas, de assessoria e de fiscalização. Tratase do órgão deliberativo e de assessoramento da Universidade sobre temas referentes à utilização de animais para o ensino, pesquisa e extensão, além das rotinas de biotério. A CEUA analisa, emite pareceres e expede certificados à luz dos princípios éticos em experimentação animal, elaborados pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) e em concordância com as disposições da Lei Arouca (nº 11.794/8/10/2008). Pesquisadores que utilizam animais de experimentação devem informar à CEUA (formulário no sítio da Comissão — ceua.ufabc. edu.br) sobre a realização de procedimentos com no mínimo 60 dias de antecedência. O objetivo é confirmar a compatibilidade do estudo com a legislação aplicável. As reuniões ordinárias da Comissão ocorrem a cada 30 dias, no período de fevereiro a dezembro de cada ano.

A Coordenação da CEUA informa que os biotérios da UFABC são destinados exclusivamente para pesquisas científicas acadêmicas, utilizando roedores (ratos e camundongos), e são obrigatoriamente certificadas pela Comissão para serem executadas. Desse modo, há garantia de que os animais não serão submetidos a nenhum tipo de experimento que vá contra as leis de bemestar animal e biossegurança, tanto no que tange à utilização deles nos laboratórios de pesquisa como nos biotérios nos quais são mantidos. Entre os temas a serem discutidos na CEUA em 2014 estão a estruturação da disciplina Ciências de Animais de Laboratório do curso de pós-graduação em Biossistemas e o treinamento sobre biotério para os usuários de animais de experimentação (para alunos , técnicos administrativos e docentes). Também será avaliada a realização de um encontro aberto à comunidade interna sobre as leis que regem o uso de animais de experimentação e como funciona o envio de protocolos de ensino e/ou pesquisa para apreciação pela CEUA.

Composição da CEUA/UFABC Coordenação: Profa. Renata Simões Vice-coordenação: Profa. Elizabeth Teodorov Representantes dos Centros Representantes Veterinários Profa. Renata Simões Leonardo Frasson Reis

Representantes Ad Hoc Erica Carricondo Eduardo Reis

Representantes Biólogos Profa. Cibele Biondo

Representantes do corpo discente da pós-graduação Kelly Annes Erika Cristina dos Santos

Centro de Ciências Naturais e Humanas Prof. Marcelo Augusto Christoffolete Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas Profa. Patricia Aparecida da Ana Profa. Christiane Bertachini Lombello Centro de Matemática, Computação e Cognição Profa. Elizabeth Teodorov Prof. Marcelo Salvador Caetano

Os mandatos têm duração de dois anos, admitindo-se a recondução. A composição atual vigorará até outubro de 2015

em educação e pesquisa e o lado empresarial, ao obter o auxílio fundamental no processo de inovação e aumento de competitividade. Os docentes podem ser motivados a enfrentar novos desafios em seus campos de atuação e os alunos são apresentados a uma perspectiva de aplicação direta do conhecimento adquirido, o que também é altamente motivador. Em primeira análise, o que se percebe é o bom andamento dos primeiros projetos e que ações desta natureza são promissoras. PesquisABC — Como descreve o trabalho científico da UFABC? Guilherme — A UFABC é singular e serve

de modelo para uma academia moderna e em sintonia com as necessidades regionais. A multi e interdisciplinaridade aplicadas desde a base da formação acadêmica, estendendo-se à pósgraduação e às atividades de pesquisa, bem como a otimização de recursos com as centrais experimentais multiusuário, são exemplos da busca pelo novo e funcional. O sucesso desta estrutura se reflete na posição de destaque que a UFABC vem alcançando na qualidade da sua produção científica. Assessoria de Comunicação e Imprensa

Incubadoras de Base Tecnológica: da gestação de ideias inovadoras aos mercados O surgimento de novas empresas necessita ser induzido pelas associações de setores industriais, universidades, incubadoras de empresas, parques tecnológicos, entre outros atores indutores. Particularmente, os parques tecnológicos e as incubadoras de base tecnológica têm o papel de catalisar esforços para a concretização de ideias inovadoras em negócios para os mercados. As incubadoras de empresas que incorporam conhecimento tecnocientífico como seu principal insumo de produção oferecem condições para a transferência do conhecimento científico e tecnológico desenvolvido pelas universidades e institutos de pesquisa à sociedade. De acordo com o relatório técnico produzido em 2012 pela Anprotec denominado: “Estudo, análise e proposições sobre as incubadoras de empresas no Brasil”, as universidades e os centros de pesquisa são os locais de maior frequência para a implantação de incubadoras de base tecnológica, em razão do seu potencial de geração de conhecimento tecnocientífico e da sua capacidade de oferecer a aplicação da tecnologia no mesmo ambiente em que seu conhecimento foi gerado, reduzindo o time to market das empresas incubadas. No Brasil, as atividades de incubação de empresas apresentam história recente. De acordo com Anprotec (2012), os centros incubadores começaram a ser criados a partir da década de 1980, por ocasião da implantação

do primeiro Programa de Parques Tecnológicos no País promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Contudo, a implantação de um ambiente como este em universidades e institutos de pesquisa não é trivial. Para alcançar benefícios concretos de uma incubadora de empresas de base tecnológica em universidades, é necessário proceder estudos dos formatos de atuação da incubadora que melhor se adaptem à natureza dos arranjos e atividades da universidade e necessidades do seu entorno, além da presença do fomento ao empreendedorismo enquanto prática dentro da instituição. Sob esta perspectiva, uma cultura inovadora e empreendedora é essencial para as atividades de uma incubadora de empresas de base tecnológica, justamente por reconhecer seu papel para o desenvolvimento da região onde ela se insere, ao integrar atores científicos, tecnológicos e inovativos locais para a geração de tecnologias de produtos, processos e serviços, podendo ainda contribuir com o incremento da geração de emprego e renda, criação de novos negócios de conteúdo tecnológico e articulação com o setor público e outras instituições. Profa. Dra. Anapatrícia Morales Vilha (Coordenadora da Agência de Inovação)

Rodrigo Kimura e Vitor Bittencourt

(Divisão de Empreendedorismo Tecnológico da Agência de Inovação)

PesquisABC · Nº 11 · Agosto 2014

Para dirigentes do CNPq, aproximação maior entre academia e empresas é fundamental Em visita à UFABC no início de julho, os dirigentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): Guilherme Sales Melo, Cimei Borges Teixeira e Guilherme Sales Melo diretor de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais, e Cimei Borges Teixeira, coordenador do Programa de Capacitação Tecnológica e Competitividade, falaram do vínculo entre atividade científica e capacitação tecnológica. PesquisABC — Qual a importância da pesquisa acadêmica na capacitação tecnológica e na competitividade? Cimei Borges Teixeira — Pesquisa é a base do desenvolvimento científico e tecnológico. No Brasil, grande parte da pesquisa científica e tecnológica ocorre nas universidades e centros de pesquisas, carecendo de maior envolvimento das empresas. O mercado cobra cada vez mais produtos, processos e soluções inovadores, e é fundamental que haja uma aproximação maior entre a academia e o setor empresarial, para que a nossa competitividade aumente ainda mais e possamos competir com os concorrentes internacionais. PesquisABC — Qual o panorama nacional dos estudos relacionados a esse tema nas instituições de ensino e de pesquisa? Guilherme Sales Melo — O Brasil tem investido muito na área de inovação para aumentar a competitividade brasileira, através do CNPq, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e de diversos ministérios, em todas as áreas nas quais o Brasil pode competir em melhores condições. O Programa Ciência Sem Fronteiras é um ótimo exemplo. PesquisABC — Como avalia os investimentos em fomento à pesquisa ligada à capacitação tecnológica? Guilherme — O investimento em qualquer tipo de pesquisa tem influência direta na questão da capacitação, pois a pesquisa em si já se configura como uma ação de capacitação. Na busca do cumprimento de um objetivo, os pesquisadores

agregam equipes, cujos componentes adquirem experiência e conhecimento. O desafio é trazer a pesquisa para as questões que envolvam o setor empresarial, de forma a aumentar nossa competitividade e contribuir para a sustentabilidade, pois sem produtividade, não há recursos e sem recursos, não há pesquisa. PesquisABC — Quais as perspectivas do CNPq para apoio ao envolvimento de empresas na investigação científica? Cimei — O CNPq, dentro do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, pode e deve contribuir para uma evolução da nossa forma de fazer ciência e produzir tecnologia. Em função de sua relação íntima com o pesquisador brasileiro, podemos fomentar uma melhor relação academiaempresa. Isso vem acontecendo com ações que buscam incentivar pesquisa dentro de empresas, como o caso do RHAE (Recursos Humanos em Áreas Estratégicas) Pesquisador na Empresa e o projeto piloto do Doutorado Acadêmico Industrial, executado pela UFABC. Busca-se também a valorização dos pesquisadores que se dedicam à pesquisa aplicada, por meio de bolsas específicas e o registro na Plataforma Lattes de Currículos de indicadores tecnológicos de produção. PesquisABC — Qual a análise do programa de Doutorado Acadêmico Industrial (DAI), desenvolvido na UFABC? Cimei — Ter um mecanismo que une a formação de alto nível à eventual solução de um problema prático de uma empresa é uma ideia que favorece dois lados: O lado acadêmico, ao demonstrar à sociedade a importância do investimento

Comitê avalia estudos com humanos O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) tem o objetivo de contribuir para que o desenvolvimento da pesquisa dentro da Universidade ocorra de acordo com padrões éticos e de defender a integridade física e psicológica dos sujeitos da pesquisa. De caráter consultivo, deliberativo e educativo, esse colegiado reúne professores da UFABC em um grupo interdisciplinar e independente. Entre as atribuições do CEP da UFABC estão a regulamentação, análise e aprovação da realização de estudos que envolvam seres humanos, emitindo

parecer em conformidade com resoluções do Conselho Nacional de Saúde. As avaliações dos projetos de pesquisa encaminhados ao Comitê — submetidos também à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) — ocorrem em reuniões mensais. Ao longo dos próximos meses, a atual gestão pretende encontrar maneiras de aumentar a agilidade na emissão das respostas aos pedidos dos pesquisadores. Informações complementares e detalhes sobre o funcionamento do CEP estão disponíveis em cep.ufabc.edu.br.

Composição da CEP/UFABC Coordenação Prof. André Mascioli Cravo • Prof. Peter Maurice Erna Claessens Representante da Pró-Reitoria de Pesquisa Profa. Ana Paula Romani

Representante da Pró-Reitoria de Pós-Graduação Prof. Peter Maurice Erna Claessens

Representante do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão

Representantes da Sociedade Civil Helio Dias

Profa. Maria Isabel Mesquita Vendramini Delcolli

Representantes docentes Prof. Marcelo Augusto Christoffolete Profa. Ana Carolina Quirino Simões Profa. Ana Paula de Mattos Arêas Dau Prof. André Mascioli Cravo Prof. Diogo Coutinho Soriano Profa. Luciana Campos Paulino Profa. Marcela Bermúdez Echeverry

Assessoria de Comunicação e Imprensa

Ranking holandês ratifica posição da UFABC O destaque da UFABC em rankings internacionais se consolidou com o lançamento do Brazilian Research Ranking (BRR), elaborado pelo Centre for Science and Technology Studies (CWTS) da Universidade de Leiden, Holanda, que é destinado a estudar a dinâmica da pesquisa científica e suas conexões com tecnologia, inovação e sociedade. No BRR, instituições de pesquisa brasileiras foram ranqueadas levando em consideração dois grandes grupos de indicadores, focando no impacto das instituições e nas suas colaborações, respectivamente. Os principais indicadores de impacto do BRR são o MNCS (número médio de citações normalizado) e o PP (proporção de artigos entre os 10% mais citados). No quesito MNCS, a UFABC aparece como a quarta melhor colocada entre as universidades públicas brasileiras. Já no quesito PP, a UFABC aparece como a segunda melhor universidade pública brasileira, indicando que somos uma das universidades que possuem o maior número de artigos entre os 10% mais citados

do mundo. Esse índice, junto com o MNCS, indica a altíssima qualidade média da produção científica da UFABC. No que tange a rede colaborativa, observa-se que a UFABC é a universidade brasileira com o maior número de colaborações internacionais. Uma grata surpresa é o bom desempenho no quesito ‘colaboração com a indústria’. Segundo o BRR, a UFABC já é a décima sexta universidade pública que mais colabora com a indústria. Conforme observado pelo Reitor, Prof. Klaus Capelle, “o novo ranking corrobora resultados de rankings anteriores, como o Ranking da Folha no quesito internacionalização e o ranking Scimago, no que se refere ao impacto da produção e as citações.” O Reitor enfatiza ainda que este novo ranking “... utilizou outro banco de dados e outro período de referência que os anteriores”, o que indica a robustez dos resultados excelentes obtidos pela UFABC. Mais informações: http://brr.cwts.nl/ranking

Parceria entre a FSA e a UFABC: contribuindo para o crescimento regional A Fundação Santo André (FSA) foi criada em 1962, por meio da Lei Municipal no 1.840 da Prefeitura de Santo André, para manter incialmente a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas (FAECO) que neste ano completará 60 anos de existência e foi a primeira escola de ensino superior da região do Grande ABC. Posteriormente, A Fundação Santo André criou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIL), em 1966, e a Faculdade de Engenharia (FAENG), em 2003. No final dos anos 90, as três faculdades foram aglutinadas no Centro Universitário Fundação Santo André, com a missão de promover a produção, difusão e aplicação do conhecimento, a partir da excelência acadêmica e da responsabilidade social com o seu entorno. Com a criação da UFABC, o caráter regional da FSA fez com que, desde o início, se buscasse uma aproximação entre as duas instituições, com o desejo de fomentar a interação entre seus pesquisadores e alunos no sentido de promover o crescimento social, acadêmico e tecnológico da região. Alguns projetos foram desenvolvidos em parceria entre as duas instituições, a destacar o Projeto EJA, EcoSol e Tecnologia Social de 2009, com financiamento do MEC, sob a responsabilidade do Prof. Dr. Ricardo Moretti da UFABC e com a participação de membros da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da FSA (ITCP-FSA), em especial da Profa. Me. Marineide do Lago Salvador dos Santos e do Prof. Dr. Carlos Aparecido Kantor, da FSA. Este projeto teve como objetivo integrar educação e trabalho, no sentido da Economia Solidária. Outra cooperação que têm produzido bons frutos é a organização do Simpósio de Pesquisa do Grande ABC, em conjunto com outras cinco instituições da região, que tem promovido o intercâmbio de conhecimento entre os

pesquisadores e alunos de Iniciação Científica da região e encontra-se no seu quarto ano de realização, somando anualmente cerca de 500 trabalhos científicos nas mais diversas áreas de conhecimento. Este evento é uma importante ferramenta de integração entre os professores e alunos das duas instituições, uma vez que promove uma maior aproximação entre seus membros. Recentemente, o novo Reitor da FSA, o Prof. Dr. José Amilton de Souza, que assumiu o cargo no último dia 1o de abril, teve um encontro com o Prof. Dr. Klaus Capelle, quando foram discutidos vários projetos de cooperação, com o intuito de estreitar-se ainda mais os laços regionais que unem as duas instituições. Essas iniciativas são de extrema importância para fortalecer a parceria entre a Fundação Santo André e a Universidade Federal do ABC, contribuindo de maneira positiva para o crescimento acadêmico e tecnológico da região.

Conselho editorial: Marcela Sorelli Carneiro Ramos (Pró-Reitoria de Pesquisa); Alessandra de Castilho (Comunicação); Annibal Hetem Júnior (CECS); Francisco Javier Ropero Peláez (CPIC); Giselle Watanabe Caramello (CCNH) Antonio Cândido Faleiros (CMCC). Edição, redação e editoração: Assessoria de Comunicação e Imprensa, ([email protected]). Tiragem: 2500 exemplares.

@ufabc

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Informativo da Pesquisa Científica na Universidade Federal do ABC

Caros leitores, Em sua 11a edição, o PesquisABC traz notícias que abordam a pesquisa científica em um contexto tecnológico, inovador e de novos desafios para o século 21. A reportagem com os dirigentes do CNPq ilustram de forma clara e objetiva um projeto piloto do CNPq em andamento na UFABC. Trata-se do Doutorado Acadêmico Industrial, um programa de bolsas que incentiva a realização de projetos de Doutorado em colaboração com o setor produtivo. Em consonância à esse projeto, a UFABC tem aplicado esforços para a criação de Incubadoras de Base Tecnológica visando uma maior articulação entre a academia e mundo coorporativo. Ainda em relação às pesquisas científicas, levamos ao conhecimento dos leitores duas reportagens sobre as Comissões de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos e animais de experimentação. É possível observar a estrutura dessas comissões e competências que tangem as leis federais e permitem que façamos pesquisa científica com ética e qualidade. Nesta edição, destacamos um magnífico evento sediado na UFABC, com participação de 40 países. O International Masterclasses – Hands On Particle Physics foi realizado em março deste ano e proporcionou a alunos do ensino médio uma visita virtual a grandes laboratórios de pesquisa em partículas elementares ao redor do mundo.

Como participar da PesquisABC

Expediente

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Nº 11 • Agosto 2014

Prof. Dr. Maurício Bernardino Magro (Fundação Santo André)

Reitor: Klaus Werner Capelle; Vice-Reitor: Dácio Roberto Matheus; Chefe de Gabinete: Marcos Joel Rúbia; Pró-Reitor de Graduação: José Fernando Rey; Pró-Reitor de Pós-Graduação: Gustavo Martini Dalpian; Pró-Reitor de Pesquisa: Harki Tanaka; Pró-Reitor de Extensão: Daniel Pansarelli: Pró-Reitor de Administração: Júlio Francisco Blumetti Facó; Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional: Vitor Emanuel Marchetti Ferraz Junior; Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas: Gustavo Adolfo Galati.

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Pesquis ABC

Desejando contribuir com textos ou sugestões de pauta para o informativo PesquisABC, envie um e-mail para [email protected]. br. A divulgação de oportunidades na participação de projetos e novidades em pesquisa são alguns dos assuntos que poderão ser publicados. Este informativo vai ajudá-lo a conhecer melhor o que acontece na pesquisa e a divulgar seus projetos em nossa comunidade, estimulando parcerias científicas interessantes e orientações produtivas.

Mais uma vez a UFABC tem se destacado no cenário mundial. O Brazilian Research Ranking, elaborado pelo Centre for Science and Technology Studies consolidou a UFABC como a melhor Universidade Brasileira. Os dados mostram destaque para impacto na produção científica e número de citações ao redor do mundo. Ainda, destacamos os alunos premiados no Simpósio de IC 2013 e seus respectivos trabalhos, e também a realização do IV Simpósio de Pesquisa do ABC, a ser sediado na UFABC, Câmpus São Bernardo do Campo. Por fim, continuamos a sequência de matérias sobre a colaboração da UFABC com outras instituições de ensino e pesquisa da região do ABC. Desta vez, a Fundação Santo André (FSA) descreve algumas de suas iniciativas e parcerias com a UFABC. Esperamos que todos tenham uma boa leitura!

Conselho Editorial

PesquisABC · Nº 11 · Agosto 2014

Simpósio de Iniciação Científica acontece no final de outubro

A edição 2014 do Simpósio de Iniciação Científica da UFABC acontecerá de 21 a 24 de outubro Como nos eventos anteriores, os trabalhos serão divididos em seis eixos temáticos: Humanidades, Representação e Simulação, Processos de Transformação, Comunicação e Informação, Energia da Matéria e Energia. Os detalhes da realização do Simpósio serão oportunamente definidos pelo Comitê do Programa de Iniciação Científica.

Primeiros colocados no Simpósio de 2013 HUMANIDADES

PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO

A defesa galileana do copernicanismo Paluana Curvelo Luquiari Paulo Tadeu da Silva (orientador)

Avaliação da expressão gênica de receptores dopaminérgicos, glutamatérgicos e da enzima sintase de óxido nítrico em um modelo animal de esquizofrenia Oderci Messias Lima Cristiane Salum (orientadora)

Esse trabalho mostrou como se deu a defesa do copernicanismo por Galileu e as implicações cosmológicas, teológicas e filosóficas dessa atitude, que foi fundamental para a revolução científica ocorrida na época. Na continuidade de seus estudos, Paluana começou a se dedicar à filosofia natural do século XVII em uma nova iniciação científica. No trabalho "A luz e o observador: um estudo da teoria óptica de Descartes" ela pretende investigar a importância da óptica na época, especialmente para confirmar os conhecimentos adquiridos pela luneta nas observações de Galileu.

REPRESENTAÇÃO E SIMULAÇÃO Teorização matemática dos procedimentos para combinações de cores de tintas Denis da Silva Santos Vinicius Cifu Lopes (orientador) O maior objetivo foi elaborar um algoritmo para formalizar e otimizar o processo da criação de combinações de tintas capilares, resultando na criação de um aplicativo que foi encaminhado para registro de software pela Agência de Inovação da UFABC. Denis afirma que se trata de um produto que racionaliza tempo e melhora a qualidade do serviço de profissionais da beleza. Ele destaca que o investimento na tecnologia cosmética alcança a casa de bilhões, porém os recursos destinados ao aperfeiçoamento do serviço ainda é baixo e recente.

O trabalho empregou um modelo animal de esquizofrenia de neurodesenvolvimento que apresentava déficits comportamentais e cognitivos relacionados com os sintomas da esquizofrenia e buscou identificar as possíveis causas dessas disfunções. A proposta foi verificar se nos animais que eram modelo de esquizofrenia havia alterações na expressão de genes de receptores de dopamina, glutamato e enzima de óxido nítrico. “Verificamos algumas alterações significativas na expressão de alguns desses genes, porém, foi feita apenas a caracterização de alguns genes em quantidade anormais e não de todos os observados alterados na esquizofrenia” — explica Oderci. Segundo ele, os dados fortalecem a utilização desse modelo para o estudo da esquizofrenia e para testes pré-clínicos de possíveis fármacos para o tratamento dessa doença.

ENERGIA Estudo do Escoamento em um Motor Foguete Acoplado a Câmara Catalítica Weiller Manzarotto Lamin Annibal Hetem (orientador) A pesquisa se baseou em simulações do escoamento dos gases gerados em um motor a reação, acoplado a uma câmara de combustão catalítica, com um bocal de

PesquisABC · Nº 11 · Agosto 2014

foguete. As simulações estudaram o comportamento do escoamento do fluido e possíveis ocorrências de ondas de choque e/ou turbulência dentro do bocal. Weiller explica que essas simulações prévias são típicas na construção de foguetes, túneis de vento hipersônicos, testes de aviões supersônicos, etc. Para ele, ao se lidar com simulação numérica sempre se aprende algo novo. “Muito do que fiz ontem e hoje já mudaria o jeito de como aplicaria” – afirma.

COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO Algoritmos para o Problema de Ciclos e Caminhos Hamiltoniano Felipe de Campos Mesquita Leticia Rodrigues Bueno (orientadora) O trabalho apresentou resultados de aproximação inéditos para o problema do ciclo hamiltoniano restrito a grafos ímpares. O enfoque trata de uma questão essencialmente teórica, mas a solução ajudaria a resolver conjecturas que estão em aberto há décadas e possibilitaria a análise de uma gama enorme de problemas por meio de novas abordagens. Esse estudo também foi publicado no Latin American Theoretical Informatics Symposium (LATIN 2014) e acaba de ser selecionado no Concurso de Iniciação Científica do SBPO (Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional).

Felipe conta que, em conjunto com a sua orientadora, continua de forma promissora a explorar os grafos Kneser em busca do ciclo hamiltoniano.

ENERGIA DA MATÉRIA Chemical tuning of the quantum critical system YbNiX3 (X = Si, Ge) Pedro Henrique Luiz Casula Guimarães Marcos de Abreu Avila (orientador) O estudo envolveu a modificação das propriedades eletrônicas e magnéticas de compostos formados por combinações de elementos metálicos, principalmente à base de itérbio (Yb). Sob altas pressões, estes tipos de compostos podem apresentar um fenômeno conhecido como Criticalidade Quântica, no qual a matéria se comporta de maneira inesperada e bastante distinta de materiais comuns. As modificações foram obtidas por substituição parcial do Yb por outros elementos químicos com objetivo de induzir o material a manifestar Criticalidade Quântica, sem necessidade de se aplicar altas pressões, abrindo a possibilidade de aplicações práticas na área de materiais eletrônicos, magnéticos e supercondutores. Algumas das amostras obtidas têm sido enviadas a colaboradores japoneses para estudos avançados sobre as propriedades do material.

No dia 30 de outubro de 2014 será realizado o IV Simpósio de Pesquisa do Grande ABC, evento científico interdisciplinar que conta com a participação das seguintes instituições: Centro Universitário da FEI (FEI) Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (Mauá) Centro Universitário Fundação Santo André (FSA) Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) Universidade Federal do ABC (UFABC) Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) Este ano, o evento será sediado na UFABC, no Câmpus São Bernardo do Campo. O SPGABC tem como objetivo aproximar as instituições de ensino e pesquisa do Grande ABC, além de mostrar ao setor produtivo todas as atividades de pesquisa em desenvolvimento na região. Os alunos poderão submeter seus trabalhos para avaliação pela Comissão Julgadora através do site http://www.metodista.br/spgabc. Os trabalhos aprovados poderão ser apresentados na forma de pôster e os melhores de cada área poderão ser indicados para apresentação oral. As áreas temáticas do Simpósio estão divididas em quatro eixos temáticos contemplando as diversas áreas do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Saúde e Biológicas; Exatas e Engenharias; Educação. Como todos os anos, o Simpósio de Pesquisa do Grande ABC é um evento rico e uma grande oportunidade para alunos e docentes mostrarem seus trabalhos e confrontarem suas ideias com um grande número de pesquisadores!

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