FACIS FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DANIEL TATSCH HOELTZ

June 15, 2016 | Author: Isaque Cipriano Fragoso | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

1 FACIS FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DANIEL TATSCH HOELTZ REPRESENTAÇÃO QUANTITATIVA DOS ME...

Description

FACIS – FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DANIEL TATSCH HOELTZ

REPRESENTAÇÃO QUANTITATIVA DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS EXPRESSOS NA RESPECTIVA LITERATURA PROFISSIONALIZANTE DE USO COMUM NO BRASIL

Porto Alegre, 2009.

DANIEL TATSCH HOELTZ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM HOMEOPATIA

REPRESENTAÇÃO QUANTITATIVA DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS EXPRESSOS NA RESPECTIVA LITERATURA PROFISSIONALIZANTE DE USO COMUM NO BRASIL

Monografia apresentada a FACIS como exigência para obtenção do título de especialista em Homeopatia. Orientador: João Francisco Fernandes Domingos Supervisão FACIS: Mário Giorgi

Porto Alegre, 2009.

Hoeltz, Daniel Tatsch Representação Quantitativa dos Medicamentos Homeopáticos Expressos na Respectiva Literatura Profissionalizante de Uso Comum no Brasil / Daniel Tatsch Hoeltz. -- Porto Alegre: [s.ed.], 2009. 62 p.; 30 cm; Il. Monografia – FACIS – Faculdade de Ciências da Saúde, Curso de Especialização em Homeopatia. Orientador: Profo João Francisco Fernandes Domingos. 1. Medicamentos Homeopáticos 2. Representação Quantativa 3. Revisão Bibliográfica I. Título

DEDICATÓRIA As amadas esposa Jacqueline e filha Laís pelo apoio incentivo e paciência durante minhas extensas horas de estudo e trabalho. Também dedico este trabalho a todos aqueles que, a exemplo do Mestre da Homeopatia, empenham-se em tornarem-se melhores, o tanto quanto possível, tornando melhor tudo que os rodeia e tem o poder de melhorar.

AGRADECIMENTOS Agradeço ao amigo e professor João Francisco Fernandes Domingos pelos ensinamentos, orientações e conselhos que vão muito além das atribuições de um professor de homeopatia tendo colaborado em minha evolução, principalmente, pelo exemplo que tornou-me um Ser Humano mais digno e capaz de atuar pelos altos propósitos da Homeopatia. Agradecimentos aos professores Carlos Brunini, Mário Giorgi e Paulo Ricardo Lopes da Silveira pelo apoio e incentivo durante o Curso de Especialização em Homeopatia pela FACIS, bem como pelo trabalho árduo que desenvolvem pela homeopatia durante longo anos.

RESUMO

No final do Século XVIII, o médico alemão Samuel Hahnemann, ao observar e experimentar, no homem são, a substância medicamentosa quina, criou o primeiro medicamento homeopático, China officinallis, sendo empregada no seu sistema terapêutico estabelecido como Homeopatia. Preconizou ainda a necessidade da descoberta de novas substâncias patogenéticas para que, a partir de uma gama razoável de medicamentos, houvesse a possibilidade da escolha do medicamento “simillimum”. Desde então, surgiram diversos medicamentos colecionados em livros de Matéria Médica Homeopática e Repertório Homeopático. O presente trabalho é uma revisão bibliográfica de vinte e nove obras de Matéria Médica Homeopática e seis de Repertório Homeopático, comumente utilizadas no Brasil, por meio de pesquisa quantitativa a fim de verificar a representatividade dos medicamentos homeopáticos, entre elas, proporcionando dados concretos para a elaboração de novos campos de embasamento ao ensino, à pesquisa, e à terapêutica, dentro das diversas áreas de atuação homeopática, como na medicina, na odontologia, na veterinária e na agronomia. PALAVRAS-CHAVES: Homeopatia, Medicamento Homeopático, Matéria Médica, Repertório.

ABSTRACT

At end of Centenary XVIII, the doctor german Samuel Hahnemann, observed and tried, in the healthy man, the medicative substance quina, creating the first homeopathic medication, China officinallis, being maid in the your therapeutic system laid down like Homeopathy. Defined still the needed of the discovery of new pathogenetic substances so that, as of a reasonable gamma of medicines, had the possibility of the choice of "simillimum". From that time on, arose medicines collated diverse in books of Materia Medica Homeopathic and Homeopathic Repertory. The present work is one bibliographical revision of twenty-nine works of Materia Medica Homeopathic and six of Repertory Homeopathic, commonly utilized in Brazil, by mean of quantitative research in order to verify the population of the homeopathic medicines, among they, by proportionating data concrete for the elaboration of new basement fields to teaching, to research, and to therapeutic, inside of the several homeopathic actuation areas, as in the Medicine, in the Odontology, in the Veterinary and in the agronomy. KEYWORDS: Homeopathy, Homeopathic Medicine, Homeopathic Materia Medica, Homeopathic Repertory.

SUMÁRIO

RESUMO ABSTRACT SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 4 2.1. O Medicamento Homeopático .............................................................. 4 2.2. A Matéria Médica Homeopática ............................................................ 8 2.3. O Repertório ......................................................................................... 17 3. MATERIAL E MÉTODO .......................................................................... 29 4. RESULTADOS ........................................................................................ 35 5. DISCUSSÃO ............................................................................................ 46 6. CONCLUSÃO........................................................................................... 50 7. RECOMENDAÇÕES ................................................................................ 52 8. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 55 9. APÊNDICE ............................................................................................... 61 9.1 Glossário de significados .................................................................... 61

1. INTRODUÇÃO

A homeopatia conta com extensa relação de medicamentos homeopáticos, relacionados e distribuídos em seus dois principais instrumentos de estudo e trabalho: a matéria médica, com a coleção de medicamentos e seus respectivos sintomas, e o repertório homeopático com a coleção de sintomas e medicamentos a eles relacionados. Medicamento homeopático “é toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o princípio da similitude, com finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussõesGS-1 e/ou triturações sucessivas” (Farmacopéia Brasileira, 2003). Como ponto de partida, o medicamento homeopático surge através de Samuel Hahnemann que, em 1790, ao traduzir a Matéria Médica de Willian Cullen, interessa-se pelo medicamento Quina indicado por Cullen para o tratamento da malária. Hahnemann realizando uma auto-experimentação, e seguindo com a experimentação em homens sadios (na ocasião familiares e amigos), dentro do preceito

“Similia

farmacodinâmico

Similibus da

Curantur”

Quina,

e,

de

Hipócrates,

posteriormente,

de

reconheceu outras

o

poder

substâncias

(HAHNEMANN, S. O Organon da Arte de Curar, 6a ed.; §§ 18,19,20,21). Mais tarde, ele acrescenta a dinâmica das dinamizações, como característica de diferenciação da farmacogênese entre medicamentos homeopáticos e não homeopáticos. Próprio do medicamento homeopático são as dinamizações, método de proporcionar ao medicamento altas diluições, muito facilmente ultrapassando o limiar de AvogradoGS-2

Hahnemann acabou preconizando, para a homeopatia, uma

farmacotécnica específica, na proporção de 1/100, consecutiva e ascendente, de tal forma, que a partir do décimo segundo processo (CH 12), nenhum traço ponderal da substância original pudesse ser encontrado. Em contrapartida, afirmou que o poder 1

curativo dos medicamentos homeopáticos evidenciava-se através da dinamização, com efeitos curativos totalmente comprováveis na experiência clínica. Conceitos atuais vêm ao encontro dessa afirmação, ao constatarem que medicamentos homeopáticos são detentores de doses nanofarmacológicas e ultramoleculares, capazes de inferir alterações dinâmicas no indivíduo, muito mais como um todo, do que a um direcionamento específico sobre um alvo definido (ULLMAN, 2003). A literatura, em 1989, estimava “atualmente a homeopatia já conta com 2.500 a 3.000 medicamentos, segundo, por exemplo, informações da Alemanha e da França, os países mais adiantados nessa matéria [...] desses medicamentos, e por meio de cálculos aproximados de alguns pesquisadores, apenas 400 deles possuem patogenesias com experimentação no homem são” (VERVLOET, A. E. In: BOERICKE. Repertório Homeopático. Edição do tradutor Benjamin B. Fraenkel, 1991; pg. XI). Na atualidade, não temos qualquer estimativa a respeito da quantidade de medicamentos homeopáticos existentes, sendo que desse montante, não se sabe se as matérias médicas homeopáticas e os repertórios homeopáticos, de uso corrente no Brasil, apresentam uma sincronia medicamentosa coerente às necessidades da formação de homeopatas, pelas instituições de ensino vigentes, bem como, se há uma coerência com as necessidades da prática clínica dessa especialidade médica. Desse desenvolvimento, sobre a população de medicamentos homeopáticos, surge a questão: Qual seria a representatividade quantitativa dos medicamentos homeopáticos expressos na literatura homeopática comumente utilizada no Brasil, no que tange ao campo da formação profissional e da prática clínica homeopática? A busca da solução para esse questionamento propõe colaborar, tanto aos núcleos de ensino como aos setores clínicos, com a obtenção de dados importantes para a elaboração de novos campos de embasamento ao ensino, à pesquisa, e à

2

terapêutica, dentro das diversas áreas de atuação homeopática, como na medicina, na odontologia, na veterinária e na agronomia. Para materializar tal empenho, o presente trabalho estipula os seguintes objetivos: 1. Evidenciar as principais fontes de matéria médica homeopática e de repertório homeopático utilizados no Brasil; 2. Desvelar a quantidade de medicamentos homeopáticos presentes individualmente nessas obras; 3. Apontar a totalidade de medicamentos presentes nelas; 4. Demonstrar a possibilidade de sincronia e assincronia medicamentosa entre as obras de repertórios e matérias médicas; 5. Verificar a quantidade de medicamentos homeopáticos passíveis de prescrição por sincronia entre elas.

3

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. O Medicamento Homeopático Medicamento homeopático é: “ toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o princípio da similitude, com finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas” (Farmacopéia Brasileira, 2003). A Homeopatia considera medicamento homeopático toda substância capaz de provocar no homem são, por uma experimentação metodicamente induzida, um conjunto de sintomas similares aos de uma doença natural, desenvolvendo, por assim dizer, uma doença artificial semelhante àquela. A esse critério de semelhança, do quadro sintomático obtido por experimento, se define como simillimum. Conforme a Farmacopéia Homeopática Brasileira (parte I, cap. VII), as substâncias medicamentosas podem ser provenientes dos três reinos da natureza: 1. reino mineral - substâncias minerais no estado natural ou nos produtos decorrentes de processos químico-farmacêuticos; 2. reino animal - substâncias provenientes de animais inteiros ou não, vivos ou não, recentemente sacrificados ou dessecados, ou sob a forma de produtos de extração e/ou transformação que englobam materiais provenientes de organismos vivos ou não, de natureza fisiológica ou patológica (bioterápicos e opoterápicosGS-4); 3. reino vegetal (substâncias de vegetais secos ou frescos, em suas totalidades ou partes, assim como de seus produtos de extração e/ou transformação). Segundo Kossack-Romanach (KOSSACK-ROMANACH, 1993), devido à complexidade dos seres vivos, se faz necessária uma classificação em cinco reinos: 1. Monera

(células

procariontes),

bactérias

e

cianofíceas

(células

procariontes); 4

2. Protista (formas primariamente unicelulares e isoladas ou unicelulares coloniais-protozoários e fitoflagelados); 3. Fungos; 4. Plantas (algas com clorofila e vegetais superiores); 5. Animais (todos seres que passam pelo estágio de gástrula). A partir da fonte medicamentosa, surgem diversos medicamentos que constam nas matérias médicas e repertórios, havendo diferença entre eles, sem que sejam discernidos como homeopáticos ou “pseudo-homeopáticos”. Têm-se, assim, os seguintes grupos medicamentosos: 1. Medicamentos da Medicina Heróica – (mercúrio, arsênico, ouro, entre outros metais pesados). O mercúrio foi utilizado por Paracelso no tratamento da sífilis despertando a atenção ao fenômeno da semelhança; 2. Medicamentos Hahnemannianos (ponderais e imponderais, diluídos e/ou dinamizados – diluição + sucussão); 3. Vacinas (preparados a partir de agentes morbígenos que são introduzidos no organismo para estimular a formação de anticorpos. Não são homeopatias nem isopáticos); 4. Isoterápicos - Aqueles que tratam pela lei da identidade, e não pela lei da semelhança (ísos = igual). A origem do medicamento está na causa que provocou a doença. A isoterapia esta vinculada ao princípio “Aequalia

aequalibus

curantur”,

sendo

definida

como

“método

terapêutico que, contando com as igualdades de potência, de ação e de força, põe em jogo as causas que provocaram a doença – no homem, animais e vegetais, induzindo-os ao processo de cura” (LANDOUZY, 1845-1917). Os isoterápicos estão classificados em: a) Nosódios – medicamentos preparados a partir de produto patológico vegetal ou animal;

5

b) Sarcódios – medicamentos preparados a partir de produtos normais ou fisiológicos dos seres vivos em geral; c) Bioterápicos



“medicamentos

preparados

com

antecedência e obtidos a partir de produtos de origem microbiana, não definidos quimicamente e das secreções ou excreções patológicas ou não, de tecidos animais ou vegetais e de alérgenos” (“Farmacopéia Francesa”, 1965). Os bioterápicos compreendem três categorias: 1 – Bioterápicos Códex – preparados a partir de soros, vacinas, toxinas e anatoxinas; 2 – Bioterápicos Simples – preparados a partir de culturas microbianas; 3 – Bioterápicos Complexos – preparados a partir de substâncias quimicamente indefinidas de secreções ou excreções, mas que obedecem a um método definido de preparo. A “Farmacopéia Brasileira” (1993) classifica os bioterápicos em: 1 – Bioterápicos de estoque – produtos cujo insumo ativo é constituído por amostras preparadas e fornecidas por laboratório especializado; 2 - Isoterápicos – produtos cujo insumo ativo poderá ser de origem endógena ou exógena (alérgenos, alimentos, cosméticos, medicamentos, toxinas, e outros); 3 – Autoisoterápicos – são produtos cujo insumo ativo é obtido do

próprio

paciente (cálculos,

fezes,

sangue,

secreções, urina, etc.) e só a ele destinado; 4 – Heteroisoterápicos – são produtos cujos insumos ativos são externos ao paciente e que o sensibilizam (alérgenos, poeira, pólen, solventes e outros).

6

5. Soroterápicos (advindos do sangue, urina, tal qual os autoisoterápicos); 6. Tautoterápicos - que tratam pelo mesmo (tautó = mesmo) agente que provocou a doença independente de sua natureza. A tautoterapia esta vinculada

ao

princípio

“Aequalia

aequalibus

curantur”

incluindo

medicamentos oriundos de substâncias de todos reinos da natureza (animais, vegetais, fungos e minerais). Para distinção com os medicamentos

isoterápicos

(ísos

=

igual),

define-se

que

os

tautoterápicos não advenham de produtos ou substâncias patológicos. d) Autonosódios – medicamentos oriundos de produtos patológicos obtidos do próprio doente e aplicados no mesmo depois de dinamizados (participam da Isopatia não respeitando a lei de semelhança dos medicamentos homeopáticos). Medicamentos “Imponderáveis” – que são provenientes da dinamização dos veículos habitualmente empregados, álcool e lactose, ao serem submetidos à prévia exposição de fontes energética como pólos magnéticos, eletricidade, raios lunares, raios solares, raios X, e outras fontes eletromagnéticas. Kossak-Romanach (KOSSAK-ROMANACH, 1993) adverte para esse tipo de medicamento, a exemplo do Raio-X (lactose irradiada), afirmando que “suas patogenesias são insuficientes e inconclusivas,

representando

a

aplicação

destes

recursos

um

procedimento aberrante que compromete a homeopatia”.

7

2.2. A Matéria Médica Homeopática A Matéria Médica Homeopática “reúne todas patogenesias ou conjunto de sintomas desenvolvidos pelas drogasGS-7, quando administradas a indivíduos sadios e sensíveis” (KOSSAK-ROMANACH, 1993), onde “temos um dado medicamento e todo um conjunto de sintomas” (BRUNINI & SAMPAIO, 1993). No final do Século XVIII, o médico alemão Samuel Hahnemann, ao observar e experimentar no homem são a substância medicamentosa quina, criou o primeiro medicamento homeopático, China officinallis, sendo empregada no seu sistema terapêutico estabelecido como Homeopatia. Ao contrário do sistema vigente, essa proposta terapêutica hahnemanniana vincula a cura ao restabelecimento rápido, seguro e permanente da saúde ou à destruição total da doença em toda sua extensão, através do caminho mais curto, seguro e menos prejudicial (§2, HAHNEMANN, 1980), coadunando-se com o princípio hipocrático “Similia Similibus Curantur”. A partir da quina, Hahnemann estudou cerca de 60 (sessenta) medicamentos, como o enxofre, o mercúrio, a belladona, a ipencuana, e o licopódio. Em 1796, publicou o livro “Ensaio sobre um Novo Princípio para Verificar o Poder Curativo das Drogas” com uma revisão dos principais medicamentos utilizados em sua época, agora sob o enfoque da medicina homeopática. Somente a partir de 1805, começa a publicar os medicamentos homeopáticos, verdadeiramente experimentados em indivíduos sadios. Em 1801, Hahnemann, afastado da medicina heróica, retoma a prática médica, desenvolvendo a arte de curar homeopática, e tornando-se um profícuo experimentador e orientador na formação de uma farmacopéia homeopática. Em 1810, lança o “Organon da Arte de Curar” – literatura basilar da Homeopatia para todos os aspectos de abrangência desta arte médica. No §145, destaca a importância da matéria médica. No seu afirmar: “só teremos condição de descobrir um remédio homeopático, se tivermos uma gama bastante considerável de

8

medicamentos conhecidos, com exatidão quanto à sua maneira pura de agir, alterando o estado de saúde do Homem”. Hahnemann persevera na necessidade de se obter uma quantidade razoável de medicamentos, única forma de se facilitar o encontro do medicamento ideal para cada indivíduo, em cada caso, o dito medicamento Simillimum. Pois, afirmava: “entre os medicamentos experimentados, o remédio específico de uma dada doença natural será aquele no qual encontrarmos maior semelhança entre seus sintomas e a totalidade sintomática dessa doença” (§ 147, HAHNEMANN, 1980). Da

coletânea

organizada

dos

dados

resultantes

da

experimentação

(patogenesias) e das observações toxicológicas, inicia-se o processo de formação das matérias médicas homeopáticas, que, ao longo dos tempos, foram adquirindo várias formas de elaboração: 1. Matéria Médica Pura: onde a fonte do sintoma está no experimentador sadio, observado através do “proving” (método de experimentação homeopática), onde doses, metodologia e registros são metodicamente pré-definidos e bem estabelecidos; bem como, todos os envolvidos no processo de experimentação são criteriosamente identificados. Os sintomas estão registrados por ordem de aparecimento, e devidamente numerados. Para Ribeiro Filho (RIBEIRO FILHO, 1997), três grandes trabalhos podem ser inseridos neste contexto: Matéria Médica Pura – S. Hahnemann (1811/21, 1822/27, 1830/33); A Cyclopaedia of Drug Pathogenesy – Hughes & Dake (1886/91); Hahnemann Provings – J.Stephenson (1963).

2. Matéria Médica Semi-Pura: onde a base se encontra nos dados da matéria médica pura, acrescida de dados coletados da observação clínica, incluindo-se os sintomas do homem enfermo. Ribeiro Filho (RIBEIRO FILHO, 1997) aponta as principais obras: The Chronic Diseases – S. Hahnemann (1828/30 – 1835/39); The Encyclopaedia of 9

Pure Materia Medica – T.F. Allen (1874); The Guiding Symptoms of Our Materia Medica – C. Hering (1880/91).

3. Matéria Medica Clínica: onde a base clínica de cada observador acaba por “privilegiar” seus medicamentos “prediletos”, introduzindo em algumas patogenesias, além da sintomatologia puramente experimental, uma sintomatologia muito característica de sua própria experiência clínica, acabando por expressar, na matéria medica, a vivência e linguagem do autor. É o tipo de Matéria Médica Homeopática que mais cresce,

em

virtude

do

medicamento

homeopático

adquirir

um

“personóide” capaz de configurar ao medicamento uma espécie de vida própria. O estilo romanceado da linguagem torna mais fácil a compreensão da interação sintomática nos medicamentos. Kent, Jahr, Espanet, Teste, Roth, Duggeon, Clarke, Boericke, entre outros, configuram-se neste universo literário. 4. Derivadas das Matérias Médicas Pura / Semi-Pura / Clínica: a- Interpretativas: com interpretação dos dados sob certa ótica. Exemplo: Le Typologie – Vannier; Psique e Substância – Whitmont; Prática Homeopática em Psicologia – Barbancey. b- Explicativas: com correlação de sintomas patogenéticos à fisiologia e bioquímica. Exemplo: Homeopathic Materia Medica O. Leeser; Homeopathie et Phisiologie – Hodamont; Phisiological Materia Medica – W. Burt. c- Descritivas: concatena as manifestações de cada patogenesia projetando a imagem viva do doente no seu dinamismo. Ex. Materia Medica – J.T. Kent. d- Sindrômicas: agrupa sintomas em síndromes clínicas, sem critério de totalidade. Exemplo: Terapêuticas – Voisin, Vannier, Nilo Cairo, Alfredo di Vernieri.

10

e- Comparadas: compara os medicamentos de diferentes Matérias Médicas. Exemplo: trabalhos de Gross, Roberts, Candegabe, Farrington. f-

Repertoriais: que transportam os sintomas do repertório de volta para a matéria médica. Exemplo: trabalhos de Vijnovsky, Zandvoort.

g- Característicos: que trazem os principais sintomas ou pontos chaves das matérias médicas. Exemplo: os trabalhos de Boger, Barthel, Henry Allen, Burt. Com o método seguro de experimentação no homem são (Proving) criado por HahnemannGS-8 e descrito em “O Organon da Arte de Curar”, §§ 121 ao 141, surgem às bases para descoberta de novos medicamentos pela adesão de diversos clínicos experimentadores. Em 1811, Hahnemann cria o ponto de partida para todas as matérias médicas homeopáticas futuras, através da publicação do primeiro volume da Matéria Médica Pura. Em 1821, é publicado o sexto e último volume dessa obra, contendo um total de 67 (sessenta e sete) medicamentos. A vivência clínica homeopática de Hahnemann o conduziu por mais de uma década (1817-1828) numa investigação acirrada, acerca da etiologia das doenças humanas, culminando, no ano de 1828, com a publicação de uma teoria sobre as doenças crônicas (Teoria Miasmática), e de mais uma obra medicamentosa – A Matéria Médica dos Medicamentos Antipsóricos. Com isso, surgem 30 (trinta) novos medicamentos, não citados anteriormente nas matérias médicas puras. Essa obra, de medicamentos conhecidos e ampliados em suas sintomatologias, e de medicamentos inusitados, é considerada a primeira matéria médica semi-pura. Nessa época, a homeopatia já havia alcançado várias outras regiões do mundo (CORREA, 2006). Em 1840, Benoît Jules MURE (1809-1858), após divulgação da homeopatia em Palermo, Paris e Malta, chega ao Brasil, e ocupa espaço no contexto sócio-político-científico do país (GALHARDO, 1936). Verificando a relação entre o ambiente, o indivíduo e a ocorrência de certas moléstias exóticas, inicia um trabalho 11

destinado ao reconhecimento certo. Por suas conclusões: “[...] Há analogia na flora e na fauna das regiões da mesma latitude, como análogos são os caracteres físicos, intelectuais e morais dos povos que ali habitam; [...] Dois motivos principais exigem no Brasil à criação de uma Matéria Médica Indígena. 1º. A existência de moléstias especiais, desconhecidas nos países aonde nasceu a Homeopatia. 2º. As grandes alterações, que aparecem na ação dos medicamentos experimentados na Europa” (MURE, 1847). Mure ofereceu uma série de 39 (trinta e nove) patogenesias, com substâncias obtidas dentro dos critérios da higantropharmacologiaGS-9. Em original trabalho, impulsionou a descoberta de novas substância medicinais nas florestas tropicais, por outros homeopatas e grupos de pesquisa, como foi o caso do Instituto Homeopático do Brasil, que atua, desde 1843, na investigação de novas substâncias. Mure realiza o “proving” metodicamente com substâncias novas como a “Janipha manihot, Crotalus horridus (indicadora de cura para milhares de vidas humanas, no Brasil, nas crises epidêmicas da febre amarela, e, hoje, usada no protocolo contra a dengue), Elaps corallinus, Amphisbaena vermicularis, Jacaranda caroba e Hura brasiliensis”. Esse grande pioneiro consegue publicar, em 1849, a primeira matéria médica pura brasileira intitulada “Patogenesia Brasileira e Doutrina da Escola Homeopática do Rio de Janeiro”. A obra apresenta 36 (trinta e seis) medicamentos novos, e atualmente é conhecida como “Patogenesia Brasileira”, contendo 42 (quarenta e dois) medicamentos, devido ao fato de também incluir medicamentos do “Fragmentos de Patogenesia Africana”, do mesmo autor. Pelas obras O Organon da Arte de Curar, Matéria Médica Pura e Doenças Crônicas, forma-se o “Corpus Hahnemanniano”, servindo de base primordial a qualquer trabalho homeopático sucessor, seja ele matéria médica pura ou semipura. A maestria de Hahnemann se verifica pela contribuição de eminentes autores, que deram continuidade ao trabalho do pai da Homeopatia, destacando-se a matéria médica semi-pura de T.F. ALLEN, intitulada “The Encyclopaedia of Pure Materia Medica”, publicada em 1874, com a colaboração de Hughes, Dunham, Lippes e 12

Hering. Valendo-se das fontes de experimentação em homem são, toxicologia, relatos e curas clínicas. A obra contempla “827 (oitocentos e vinte sete) medicamentos, distribuídos em doze volumes” (RIBEIRO FILHO, 2008). Em continuidade aos trabalhos de matéria médica semi-pura, em 1880, Constantin HERING (nascido em 1800, na Saxônia, Alemanha) lança os três primeiros volumes de sua matéria médica (em período que publicava suas correspondências com Hahnemann). Essa obra, denominada “The Guiding Symptons of Our Materia Medica” (1880/91) recebeu acréscimo de mais sete volumes, escritos por Charles G. RAUE, Calvin B. KNERR e Charles MOHR. Esses verdadeiros “fellows” de Hering dão prosseguimento ao trabalho do mestre, companheiro e amigo, após o seu falecimento, completando, então, os dez volumes, hoje, consagrados no meio homeopático como referência segura, para qualquer trabalho sério e cientificamente bem elaborado na Homeopatia. Pois, essa grande obra, de Hering e de seus continuadores, contêm embasamento sólido ao estudo e aplicabilidade da Homeopatia, expondo “408 (quatrocentos e oito) medicamentos” (RIBEIRO FILHO, 2008), com a descrição precisa dos sintomas clinicamente confirmados, e de suas respectivas fontes. Contudo, as fontes das experimentações não são citadas. Com a expansão do acervo de medicamentos oriundos da Matéria Médica Semi-Pura de T.F. Allen (The Encyclopaedia of Pure Materia Medica) surge o interesse da “British Homeopathic Society” e do “American Institute of Homeopathy”, através da participação de Arndt, Farrington, Poppe, Wesslhoef, Drysdale e Dudgeon, para a revisão da enciclopédia de T.F. Allen, pela inclusão de novos “provings”, surgindo, daí, a Matéria Médica Pura - A Cyclopaedia of Drug Pathogenesy, com a experimentação de “412 (quatrocentos e doze) medicamentos” (RIBEIRO FILHO, 2008). A experimentação, a re-experimentação e a adição de sintomas clínicos aumentam substancialmente o número de sintomas aos medicamentos já estudados, tornando exaustiva a leitura de sintoma por sintoma de cada medicamento. Como exemplo, tem-se no medicamento “Sulphur”, na “Matéria Medica Pura” de Hahnemann, 817 (oitocentos e dezessete) sintomas, que, em “Doenças Crônicas” (2a edição), recebe o acréscimo de mais 1.152 (um mil cento e 13

cinquenta e dois) sintomas, perfazendo um total de 1.969 (um mil novecentos e secenta e nove) sintomas. A extensa prática homeopática, ao final do século XIX, permite o surgimento de matérias médicas com a descrição de medicamentos não tão próxima da patogenesia, mas muito mais da observação e da linguagem do próprio autor, inaugurando, agora, o surgimento das matérias médicas clínicas intituladas “Indicações Características”, a exemplo das de NASH (1898), e de tantos outros autores, apresentando em comum a restrição do foco do medicamento. Num sentido oposto, buscando ampliar o campo medicamentoso, visando a máxima abrangência possível, surge “A Dictionary of Pratical Matéria Médica” de J.H. CLARKE (1900). KENT, visando facilitar o entendimento do gênio do medicamento homeopático, estabelece uma espécie de personificação para cada medicamento. Assim, a enfadonha leitura de sintoma por sintoma, numa relação seqüencial, passou para um método de identificação de uma determinada entidade medicamentosa como um todo. Os sintomas passaram então a ser arrastados e alocados dentro do medicamento de tal forma a facilitar a compreensão da imagem. Dentro deste enfoque, muitos sintomas não presentes na experimentação, mas presentes no contexto clínico e sincronizado dentro do modelo “personificado” passaram a ser monitorados, e, quando confirmados em nova situação, incluídos no contexto medicamentoso como sintoma clínico. Em 1904, surge a “Matéria Médica” de Kent, como resultado de quatro anos de palestras do autor, tendo como base as já conceituadas “Guiding Symptons” de Hering, “Matéria Médica Pura” de Hahnemann e “Enciclopédia de Matéria Médica Pura” de T.F. Allen. “Há divergência entre autores na classificação da matéria médica kentiana. Embora considerada descritiva” (RIBEIRO FILHO, 1997), muitos autores a consideram como uma matéria médica clínica, vista a própria filosofia de Kent, descrita no Prefácio da Segunda Edição dessa sua obra. Relata ele: “[...] o autor adaptou um método quase clínico, para expor e agrupar os sintomas, a fim de mostrar a imagem de cada medicamento. Isso foi feito, para que os alunos pudessem entender um remédio, por seu conjunto, e por suas partes, e poupar a memória. [...] observamos que muitos alunos que não são capazes de entender os

14

remédios, a partir da lista, entendem bem a Matéria Médica, pelo método quase clínico, e coloquial. (KENT, 1996). Nessa obra, Kent reúne 206 (duzentos e seis) medicamentos, mantendo o estilo coloquial, a pedido de seus alunos. Para Kent, são os pacientes leigos que falam de suas doenças, sem qualquer tecnicismo, em discurso simples. Assim, as exaustivas repetições dos sintomas característicos acabam constituindo a única maneira de dar ao aluno uma compreensão permanente do remédio a se fazer. O método quase clínico de exposição, e agrupamento dos sintomas, auxilia a formação da imagem de cada medicamento. O americano Kent foi bastante profícuo na arte homeopática. Publicou diversas abordagens conceituais na forma de “Repertório, Matéria Médica e Filosofia Homeopática”. É considerado um dos autores homeopáticos mais populares do mundo. Teve suas obras divulgadas na Europa, pelo entusiasmo inicial dos ingleses Margaret Tyler e John Weir, que estagiaram nos E.U.A., no início do século XX, a fim de estudarem as técnicas Kentianas de prescrição. Esse novo estilo de avaliação do medicamento homeopático leva, posteriormente, diversos médicos ingleses para os mesmos estudos, diretamente com Kent, o que acabou afetando para sempre o perfil da homeopatia européia. Os conceitos Kentianos e as suas contribuições originais (a forma de estudar um caso através da hierarquização dos sintomas, a conduta na segunda prescrição, a interpretação das diferentes reações após o medicamento, os critérios de avaliação de ação do remédio: se supressiva, se curativa, cura natural ou devida ao remédio, e ainda a famosa Lei das Dinamizações Progressivas) propeliram sem igual na história homeopática. As diretrizes kentianas, também, incentivaram a novos autores, a busca de novas fontes medicamentosas. Principalmente de substâncias compostas, cujas partes já apresentavam experimentação precedente ou previsível por outras áreas do conhecimento. Junto aos seus alunos, Kent experimentou, quase 28 (vinte e oito remédios), sendo 14 (quatorze) deles absolutamente inéditos” (KENT, 1996). Assim, os medicamentos “Alumina phosphorica, Alumina silicata, Aurum arsenicum, Aurum iodatum, Aurum sulphuricum, Barium iodatum, Barium suphuricum, Calcarea silicata, Cenchris contortrix, Ferrum arsenicum, Kali silicatum, Natrum silicatum,

Vespa vulgaris e Zincum phosphoricum” surgem da exclusiva 15

experiência desse extraordinário mestre homeopata, discípulo de Hahnemann, discípulo de Hering. Com a possibilidade da criação de matérias médicas, a partir da predileção por certos medicamentos, da experiência, da interpretação, da atuação especializada, e do entendimento de cada autor, surgem as diversas matérias médicas conhecidas como Interpretativas, Explicativas, Descritivas - “Étude de Matière Médicale Homéopathique” de LATHOUD, J.A. (1932), Sindrômicas – “Thérapeutique et Répertoire Homéopathiques du Praticien” de Voisin (1952) e “Précis de Matière Médicale Homéopathique” de VANNIER, L. & POIRIER, J. (1958), Repertoriais “Tratado de Matéria Médica Homeopática” de VIJNOVSKY, B (1980), e Característicos (key notes) – “Sintomas-Chave da Matéria Médica Homeopática” ALLEN, H.C. (1836-1909) e “Sinoptic Key of the Materia Medica” de BOGER, C.M. (1931), e Temáticas – “Matéria Médica Temática” de MIRILLI, J.A. (1996).

16

2.3. O Repertório

O Repertório Homeopático “é uma compilação de sintomas arranjados para consulta rápida, onde todos os medicamentos que possuem determinados sintomas se agrupam sob este sintoma [...] o propósito do repertório é possibilitar que o homeopata reveja, rapidamente, os vários medicamentos conhecidos como produtores de determinados sintomas que estão sendo estudados num determinado caso. (BRUNINI e SAMPAIO, 1993). A partir da descoberta da Lei de Semelhança e da implantação do método de experimentação no homem são, elaboram-se novas patogenesias e, mesmo dentro do pequeno universo de 97 (noventa e sete) medicamentos catalogados por Hahnemann, surge a dificuldade de memorizar os muitos sintomas, bem como a dificuldade de acessar rapidamente todos os registros patogenéticos a cada consulta. O próprio Hahnemann buscou agrupar sintomas em torno de um elemento comum, anotando cada sintoma completo numa tira de papel, juntamente com o nome do medicamento. Essa anotação era colada na folha de um caderno específico,

a

qual

continha

outros

sintomas

semelhantes

obtidos

pela

experimentação da mesma ou de outras substâncias – foi o protótipo do repertório. Em 1805, com a obra “Fragmenta De Viribus Medicatorum Positivis sive in Sano Corpore Humano Observatis”, que expunha a patogenesia de 27 (vinte e sete) medicamentos, surge a apresentação de um índice alfabético de sintomas contidos no primeiro volume, constituindo, assim, o primeiro repertório sintomatológico (RIBEIRO FILHO, 1997). Hahnemann utilizava o repertório “Symptomdictionaries” (Dicionário de Sintomas), em latim, publicado em 1817, sendo também conhecido como “léxicos latinos”. Hahnemann expõe a dificuldade dos homeopatas encontrarem o simillimum, frente a tantos sintomas parecidos, e busca auxílio de colegas para a realização de um repertório que fosse de sua confiança, e satisfação, a ponto de poder ser publicado. Já no ano de 1819, depois da teoria miasmática ter sido estruturada, Hahnemann solicita ao colega Ruckert um dicionário de sintomas para adicionar à 17

segunda parte de Doenças Crônicas. Ruckert trabalha nesta tarefa no período de 1822-1830, mas elabora apenas um manuscrito, sendo apresentado, mas não publicado, embora contendo as assinaturas de Hahnemann, Ruckert, Gross, Jahr e Boenninghausen (RIBEIRO FILHO, 2002). Em 1828, surge a primeira publicação repertorial por Hartlaub (Leipzig) e, em 1830, Weber publica “Systematische Darstellung der Antipsorisch Arzneimittel”, com 536 páginas, contendo a totalidade dos sintomas observados até então. Hahnemann manteve o interesse em um Dicionário de Sintomas que fosse completo. A despeito das esperanças apostadas em G.H.G. Jahr, que abandona os compromissos hahnemannianos para estudar medicina em Bonn, acaba por encontrar consonância no trabalho de Boenninghausen. O amigo barão homeopata, em “Die Antipsorischen Arzneien” (Repertório de Medicamentos Antipsóricos), consegue atender aos anseios de Hahnemann, que assina o prefácio da obra publicada em 1832. Boenninghausen estabeleceu linha própria na criação de seus repertórios, servindo de modelo a novos autores. Adotou o conceito de totalidade para os sintomas, juntamente com a totalização de cada sintoma no contexto geral de cada unidade do doente.

Boenninghausen generaliza os sintomas particulares,

organizando do particular para o geral, crendo que “o que é verdadeiro para a parte o é também para toda a pessoa. A Parte (bem modalizada) representa o todo” (RIBEIRO FILHO, 1997). O sucesso de Boenninghausen abre caminho a uma diversidade editorial em repertórios: -

em 1833, “First Alphabetical Pocket Repertory” (Primeiro Repertório de Bolso Alfabético), por Glazor;

-

em 1833, “Repertory of Purely Pathogenetic Effects” (Repertório de Sintomas dos Efeitos Patogenéticos Puros), por Weber-Peschier, sendo prefaciado por Hahnemann. Em 1835, ocorre a de publicação do primeiro volume do repertório de Jahr -

“Handbook of Data for Correctly Choosing Homeopathic Remedies – from the Homeopathics Medicines of Today in their Primary and Secundary Effects Derived from Sicked-bed Experience”GS-10 , publicado em 1835. A obra continha todas as 18

143 experimentações patogenéticas de Hahnemann (algo não aprovado por Hahnemann, devido à falta de exatidão), e perfazia um total de 208 (duzentos e oito) medicamentos. No mesmo ano, Boenninghausen publica o “Die Nicht-antpsorischen Arzeien (Repertório de Medicamentos não Antipsóricos), e no ano seguinte o “The Relative Kiship

of

Homeopathic

Homeopáticos).

Essas

Medicines” publicações

(Afinidade foram

Relativa editadas

dos

Medicamentos

conjuntamente

no

“Therapeutisches Taschenbuch” (Livro de Bolso Terapêutico), obra que apresentava uma soma de 126 (cento e vinte seis) medicamentos . Constantine Hering, em 1838, lança “Repertory and Manual”. Mello Moraes (brasileiro), em 1855, lança o Repertório Clínico em ordem alfabética “Repertório do Médico Homeopático”. C. Lippe, em 1879, lança “Repertory of the more Characteristcs Symptons of the Materia Medica”, com 299 (duzentos e noventa e nove) medicamentos. T.F. Allen, em 1880, lança “General Symptons Register of Homeopathic Materia Medica”, com 831 (oitocentos e trinta e um) medicamentos. Constantine Hering, lança em 1881, “Analytical Repertory of Symptoms of the Mind”. William D. Gentry, em 1890, lança “The Concordance Repertory of the Materia Medica” – repertório de concordância com as características da obra de Cruden (“Cruden’s

Concordance

of

the

Bible”),

com

420

(quatrocentos

e

vinte)

medicamentos. E.J. Lee, em 1891, lança “Repertory of the Characteristic Symptoms Clinical and Pathogenetical of the Homeopathic Materia Medica”, com 650 (seiscentos e cinqüenta) medicamentos. Calvin Knerr (genro de C. Hering), em 1896, em resposta aos compromissos assumidos perante o corpo de seu falecido mestre, lança “The Repertory to the Hering’s Guiding Symptons”, o repertório mais completo referente à extensa Matéria Médica de C. Hering, que contém 408 (quatrocentos e oito) medicamentos. O incremento editorial de repertórios começa a ser problemático. Diversos autores, com a premissa de oferecerem aos homeopatas um Dicionário de Sintomas ideal, começaram a aglomerar medicamentos e sintomas em repertórios cada vez 19

mais questionáveis, gerando confusão ao invés de direcionamento seguro ao verdadeiro “simillimum”. Em 1876, o “American Institute of Homeopathy” realiza um congresso homeopático mundial que resulta na fundação da “International Homeopathic Association”, com a proposta de difundir os conceitos do “Organon”, o que alicerçaria a uma ordem para criação de repertórios. É neste contexto que surge James Tyler Kent, assumindo o trabalho de reunir, analisar e organizar todo material bibliográfico já existente, e adicioná-lo a obras verdadeiramente competentes no âmbito homeopático:

Repertório de Lippe, 1879 - "Repertory of the More

Characteristics Symptoms of the Materia Medica" com 299 (duzentos e noventa e nove) medicamento. "Repertory and Manual" de Hering, 1838. Repertório de Lee, 1889 - “Repertory of the Characteristic Symptoms Clinical and Pathogenetical of the Homeopathic Materia Medica”, com 650 (seiscentos e cinquenta) medicamentos. Assim, surge, em 1897, o “Repertory of the Homeopathic Matéria Médica” de Kent, com 540 (quinhentos e quarenta) medicamentos, sendo considerado o mais importante já editado, e que inaugura uma nova linha na criação de repertórios. A obra de Kent tem base hierárquica do sintoma geral para o particular, conforme sua filosofia de que “o Homem é prioritário aos órgãos (...) O Homem é a vontade e o entendimento, e a casa na qual ele vive é o seu corpo”, conceito este que vem a justificar a valorização do capítulo “mente”, um ponto de partida para os novos autores. A obra de Kent suscitou um novo viés para a clínica homeopática. Os já muitos volumes de matérias médicas editadas recebem, agora, um incremento de tantos outros, referentes aos repertórios de múltiplas fontes de matéria médica. De um lado os partidários de Boenninghausen e, de outro, os de Kent. Para o clínico homeopata dependente das matérias médicas e dos repertórios como instrumentos de trabalho, a operacionalidade da Homeopatia tornou-se um grande desafio. Dentro deste contexto começa surgir um novo tipo de literatura no ambiente da Homeopatia. Autores de grande experiência clínica começam a elaborar compilações de matérias médicas que lhe ofereceram suporte terapêutico. Sob forma sintetizada, visando tão somente aos sintomas mais característicos (Keynotes) de cada medicamento, ou expandida,

agregando

aos

medicamentos

informações

fora

das

fontes

patogenéticas, foi um tipo de trabalho que de imediato atraiu a simpatia dos clínicos 20

homeopatas, e não parou mais de crescer, sendo atualmente a forma de literatura mais praticada no mundo homeopático. Para contemplar um meio rápido de acesso às informações pertinentes às suas próprias compilações de matéria médica, cada autor começa a desenvolver, de início, índices terapêuticos, que num crescente de complexidade transformaram-se em verdadeiros repertórios clínicos. É o exemplo de H. ALLEN (Sintomas-Chave da Matéria Médica Homeopática, 1836-1909), CLARKE (A Dictionary of Pratical Matéria Médica, 1900) BOERICKE (Matéria Médica Homeopática com Índice Terapêutico, 1927), NASH (Guia Terapêutico Homeopático, 1838-1917) entre tantos outros. O sucesso dessa literatura homeopática deu-se, sem dúvida, pela facilitação de transporte da obra, atendendo a toda a diversidade de locais em que a presença do clínico era exigida, bem como pela agilidade operacional que ela oferecia à eleição do medicamento mais propício ao momento. Alguns autores se sobressaíram promovendo suas obras a verdadeiros manuais de medicina homeopática, a ponto de se tornarem referências regionais. Pathak teve o reconhecimento na GrãBretanha o que Boericke teve nos Estados Unidos. No Brasil, CAIRO (Guia de Medicina Homeopática) segue este caminho, elaborando um manual, mas sem contemplá-lo com um repertório próprio. A despeito de algumas críticas quanto à possível vulgarização dos instrumentos homeopáticos, quer fosse pela indicação clínica de medicamentos sem patogenesias, quer pela inclusão de medicamentos obsoletos ou de eficácia somente aparente, os autores sempre mostraram preocupação no sentido de constante atualização em suas obras, que viesse atender aos verdadeiros fins da Homeopatia na difícil arte de curar, de obrigatoriedade médica. Em 1927, Oscar E. Boericke assim prefacia a última edição da obra iniciada pelo seu tio Dr. William Boericke: Com o advento da incomparável nona Edição da Progressista Matéria Médica do Dr. Willian Boericke, seu modesto companheiro o Repertório – foi completamente remodelado e atualizado, incluindo grande parte do material então incorporado à Matéria Médica.

Como descrito pelo próprio autor, seu repertório passa ter a divisão das seções, conforme a orientação adotada por Hahnemann, ou seja, mente, cabeça, olhos, ouvidos, etc. Embora estruturado nos medicamentos da matéria médica de 21

William Boericke, não equivale tão somente ao número de medicamentos incluídos nessa matéria médica, já que possui 436 (quatrocentos e trinta e seis) rubricas de diagnóstico, distribuídas num universo de 1.415 (um mil quatrocentos e quinze) medicamentos. No intuito de conduzir o homeopata ao mais próximo possível do verdadeiro “simillimum”, não somente através da inclusão de novos medicamentos e de novos métodos de repertorização, surgiram repertórios contemplando a coletânea de diversas fontes literárias. Inclusive trabalhos editados e/ou traduzidos em diversos idiomas, como é o caso do repertório sintéticoGS-11 trilíngüe (inglês, alemão e francês) de Horst BARTHEL, conhecido como “Synthetic Repertory”. Publicado em 1973, sintetiza, através da compilação de obras precedentes, conhecimentos desde 1800. É uma abordagem sobre 16 fontes bibliográficas de matérias médicas e repertórios, tendo o repertório de Kent como referência para os sintomas particulares. Uma coletânea que agrupa o expressivo número de 1.594 (um mil quinhentos e noventa e quatro) medicamentos. A exemplo de Mello Moraes (1855), a partir de 1991, homeopatas brasileiros reiniciam a publicação de repertórios próprios, através da pesquisa bibliográfica. Agrupando medicamentos, sintomas e sistemas de diversos autores consagrados, o “Repertório de Sintomas Homeopáticos” de Ariovaldo Ribeiro Filho, publicado em 1995, segue a mesma linha idealizada por James Tyler Kent. O aspecto kentiano é ressaltado pelo autor, mas acrescenta 5 novos capítulos: ilusões, paladar, bebidas e alimentícios, sonhos e unhas, aos 37 de Kent, visando uma melhor distribuição sintomática. A pesquisa bibliográfica consta de 87 fontes, com 76 autores diferentes, todas referenciadas, com exceção àquelas originais da 6a edição do Repertório de Kent. Os medicamentos são descritos em duas listagens de ordem alfabética, uma por abreviatura e a outra pela nômina científica, onde encontra-se registrado um grande número de sinonímias. Seguindo o estilo de Kent, os sintomas foram validados em 3 graus. A obra contava com o total de 1604 (um mil seiscentos e quatro) medicamentos. Com o recurso dos computadores surgem os repertórios em “softwares” prometendo agilidade nas repertorizações. No rastro do programa de repertorização eletrônica belga “RADAR”, a obra de Ariovaldo Ribeiro Filho ganha versão eletrônica 22

no repertório digital “LINCE”. Com plataforma trilingue (português-espanhol-inglês), intercambiável para a busca do medicamento, foi o pioneiro, no território brasileiro, nesse tipo de recurso para a Homeopatia. O programa desenvolvido pela empresa brasileira - DNA-TECNOLOGIA, apresenta linguagem própria, permitindo exploração de dados apenas em plataformas-lince autenticadas. O “Repertório Homeopático Essencial” de Aldo Farias Dias, também de estilo kentiano, em 2001, recebe edição especial comemorativa aos dez anos de sua primeira publicação, dispondo do recurso da edição digital através de CD disponível em edição bilíngüe de via dupla, português-inglês e inglês-português. A mídia é de formato PDF – Acrobat Reader, e as atualizações disponíveis através de Home Page indicada. Representa a organização do trabalho continuado de compilação de conhecidos trabalhos como: -

Principais sintomas do Repertório de Kent (capítulos Mind e Generalities);

-

Repertório de Barthel;

-

Repertórios Sintéticos: Synthesis,Murphy’s Repertory, Zandvoort’s the Complete;

-

Repertório de Boger;

-

Centenas de agregados e rubricas originais dos textos da Matérias Médicas Puras, Semipuras e Clínicas, da Matéria Médica Temática de J.A. Mirilli, da Concordância de Elias Carlos Zoby;

O repertório dispõe de 20.080 rubricas e de 1.601 (um mil seiscentos e um) medicamentos. O quadro a seguir expressa cronologicamente o fluxo das edições repertoriais: 1.

1805 - Hahnemann -"Fragmenta De Viribus Medicatorum Positivis sive in Sano Corpore Humano Observatis"-índex-27 medicamentos.

2.

1817 - Hahnemann -"Symptomdictionaries" (manuscrito) –latim.

3.

1828 - Hartlaub (editado);

4.

1830 - Weber -"Systematische Darstellung der Antipsorische Arzneimittel".

5.

1830 - Gross e Rückert -"Repertório de Moléstias Crônicas" (foi feito a pedido de Hahnemann -não editado).

6.

1832 - Boenninghausen, C.M.F. - "The Repertory of Antipsorics" (prefaciado por Hahnemann).

7.

1833 - Glazor -"First Alphabetical Pocket Repertory". 23

8.

1833 - Weber-Peschier - "Repertory of Purely Pathogenetic Effects" (prefaciado por Hahnemann).

9.

1835 - Boenninghausen -"Repertory of the Medicines Which are not Antipsorics".

10.

1835 - Jahr,G.H.G.- "Handbook of Data for Correctly Choosing Homeopathic Remedies" (Manual of Homeopathic Medicine) -208 medicamentos.

11.

1838 - Hering -"Repertory and Manual".

12.

1837 - Ruoff- "Repertory".

13.

1841 - Jahr, G.H.G. - "New Manual of Homeopathic Practice".

14.

1843 - P.J.Laffitte. "Symptomatologie Homoeopathique ou tableau synoptique de toute Matiere Médicale Pure, à l'aide duquel se trouve immédiatement tout symptome ou groupe de symptomes cherchés" (primeiro repertório original em Francês).

15.

1845 - Jahr, G.H.G.- ''Jahr's Symptom Codex: A Digest of Symptoms".

16.

1845 - Ruoff- "A Repertory of Nosology".

17.

1845 - Boenninghausen - "Therapeutic Pocket Book" - traduzido por Hempel para o inglês em 1847,retraduzido por Boger em 1900 e Roberts em 1935.

18.

1847 - Curie, P.E- "Repertory".

19.

1847 - Hempel- "Boenninghausen 's Repertory".

20.

1848 - Clofar Müller - "Systematic Alphabetical Repertory".

21.

1849 - Benoit Mure- "Repertory".

22.

1850 - Jahr, G.H.G.- "Jahr's Clinical Guide and Pocket Repertory".

23.

1850 - Jahr, G.H.G.- “Alphabetical Repertory of Skin Symptoms".

24.

1851 - Bryant - "An AlphabeticaI Repertory".

25.

1853 - Possart - "A Repertory of Characteristic Homeopathic Remedies".

26.

1853 - Boenninghausen, C.M.E- "Sides of the Body Repertory".

27.

1854 - Lippe, A.- “A Repertory of Comparative Materia Medica".

28.

1855 - Mello Moraes - "Repertório do Médico Homeopático" (Brasil).

29.

1860 - Boenninghausen, C.M.E-"Repertory of Whooping Cough".

30.

1864 - Boenninghausen, C.M.E - "Repertory of lntermittent and Other Fevers".

31.

1872 – Cushing - "Repertory to Leucorrheaand its Concomitant Symptoms".

32.

1873 – Berridge - "Complete Repertory to the Materia Medica on Eyes".

33.

1873 - Guernsey, W.].- "Desires and Aversions".

34.

1873 – Berridge - "Repertory of the Eyes" -Inglaterra (inicia a era dos repertórios regionais e compilações).

35.

1879 - Lippe, C. - "Repertory of the More Characteristics Symptoms of the Materia Medica" (baseado no livro "Repertory and Manual" de Hering) - 299 medicamentos.

36.

1879 - Allen,H.C. - "Repertory of intermittent Fevers".

37.

1880 - Allen,T.F. - "General Symptoms Register of Homeopathic Materia Medica" 24

(Index da "The Encyclopaedia of pure Materia Medica") -831 medicamentos. 38.

1880 - Worcester - "Repertory of Modalities".

39.

1880 - Lutze - "Repertory of Facial and Sciatic Neuralgias".

40.

1881 - Hering – “Analitical Repertory".

41.

1882 - Allen, W.A. - "Repertory to the Symptoms of Intermittent Fever";1889 - Lee, E.J.- "Repertory of the Characteristic Symptoms Clinical and pathogenetical of the Homeopathic Materia Medica " - 650 medicamentos.

42.

1883 - Burt,W.- "Repertory Based on PathologicaI Diseases".

43.

1884 - Lee;Clarke-"Repertory of Cough and Expectoration".

44.

1888 - Bell-"Repertory of Diarrhoea".

45.

1888 - William J. Guersey – “Guernseys’s Boenninghausen Slips”.

46.

1889 - Lee, E.J. – “Repertory of the Characteristic Symptoms Clinical and Pathogenetical of the Homeopathic Materia Medica” – 650 medicamentos.

47.

1890 - Kippax -"Chart of Characteristic Diseases of the Skin".

48.

1890 - Gentry - "The Concordance Repertory of the Materia Medica" – 420 medicamentos.

49.

1891 - King,J,C.-"RepertoriaI Analysis of Headaches".

50.

1892 – Arkell McMichell -"Repertory of Digestive System".

51.

1894 – Knerr - "Repertory of Headaches".

52.

1894 – Mills Paugh, C.E - "Repertory on Eczema".

53.

1894 - Perkins-"Repertory of Rheumatism".

54.

1894 – Pulford - "Repertory of Rheumatism, Sciatic, etc."

55.

1895 – Holcomb -"Spasms and Convulsions, an Abridged Repertory".

56.

1895 – Yingling - "The Accoucher's Emergency Manual".

57.

1896 – Douglas - "Repertory of Tongue".

58.

1896 - Knerr -"The Repertory to the Hering's Guiding Symptoms" - 402 medicamentos.

59.

1897 - Kent, J.T. - "Repertory of the Homeopathic Materia Medica" - 540 medicamentos.

60.

1899 - Morgan,AR - "Repertory of Urinary Organs".

61.

1900 – Wilsey - "Repertory of the Back".

62.

1900 - Hughes, R. – “Repertory to the Cyclopaedia of Drug Pathogenesy” – Inglaterra.

63.

1904 - Clarke, J.H. – “A Clínical Repertory".

64.

1905 - Boger – “Boenninghausen’s Characteristics and Repertory” – E.U.A.

65.

1906 – Guernsey, W.J. - "Repertory of Mastitis".

66.

1906 – Guernsey, W.J. - "Repertory of Throat". 25

67.

1906 – Minton -"Repertory of the Uterine Therapeutics".

68.

1908 – Holcomb -"Repertory of Sensation as if”.

69.

1912 - Margaret Tyler – repertório de fichas perfuradas baseado em Kent, não foi concluído.

70.

1913 - Welch e Houston - repertório de fichas perfuradas baseado em Kent com 134 fichas.

71.

1916 - Kent – terceira edição.

72.

1922 - Field – “Symptom Register”, repertório de fichas perfuradas baseado em Kent/Boger com 6.800 fichas.

73.

1927 - Boericke,W. - "ClinicaI Repertory".

74.

1928 – Boger - “Boger’s Card Index Repertory”.

75.

1931 - Boger – “Repertory with Synoptic Key” E.U.A.

76.

1932 - L. Rènard - repertório de fichas perfuradas baseado em Kent/Boger com 1.136 fichas.

77.

1937 - Roberts - "Sensation as If”.

78.

1937 - Shannon,S.E - “A Complete Repertory of the Tissue Remedies of Shüssler".

79.

1939 - Ward, J.W. - "Unabridged Dictionary of Sensation As If”.

80.

1948 - Marcos Jimenez - repertório de fichas perfuradas baseado em Boenninghausen.

81.

1950 - Weiss – “Weiss Card Repertory”.

82.

1950 - Sankaran, P. - repertório de fichas perfuradas baseado em Boger.

83.

1957 – Kent - Sexta edição.

84.

1959 – Kishore - “Kishore’s Card Repertory” - repertório de fichas perfuradas baseado em Kent com 10.000 fichas.

85.

1960 -Gallavardin, J.P. - "Psychisme et Homoeopathie".

86.

1963 – Stephenson, J. – “A Materia Medica and Repertory” – E.U.A.

87.

1973 - Barthel & Kunkler – “Synthetic Repertory” – Alemanha.

88.

1979 - Kent (Schmidt, Chand) – “Final General Repertory” India.

89.

1979 – Eiyazaga - “El Moderno Repertorio de Kent” – Argentina.

90.

1980 - Agrawal,Y.R. - “A Repertory of Desires and Aversions".

91.

1981 - Murata, S. - "Nuevo Repertorio de Kent" (Bs. Aires).

92.

1984 - Julian,O.A. - "Materia Medica of Nosodes with Repertory".

93.

1984 - S.M. Sharma - repertório de fichas perfuradas baseado em Kent com 3.000 fichas.

94.

1988 - Ahmad, S. – “A Short Repertory to the Indian Drugs".

95.

1990 - Srivastava, G.D.; Chandra, J. – “Alphabetical Repertory of Characteristics 26

of Homeopathic Materia Medica” – Índia. 96.

1991 - Choudury, N.M. – “A Study on Materia Medica and Repertory” – Índia.

97.

1991 - Dias, Aldo Farias – “Repertório Homeopático Essencial” – Brasil.

98.

1992 - Sethi, B. - "Repertory of Likes and Dislikes".

99.

1992 - Vijnovsky, B. - "Repertório de Sintomas Especiales".

100.

1992 - Dias, A.F. – “Repertório Homeopático Essencial” – GEHSH, Brasil.

101.

1993 - Murphy, R. – “Homeopathic Medical Repertory” – E.U.A.

102.

1993 – Schroyens, F. – “Synthesis” – Bélgica.

103.

1994 - Zandvoort, R. – “The Complete Repertory” – Holanda.

104.

1994 - Feldman, M. – “A Repertory of the Bowel Nosodes".

105.

1994 - Shreedharan,C.K. – “A Concise Materia Medica &Repertory of Nosodes".

106.

1995 - Mirilli, J.A. - "Repertório Temático de Sintomas Mentais Homeopáticos"; – Brasil.

107.

1995 - Ribeiro Filho, A. – “Repertório de Sintomas Homeopáticos” – Brasil.

108.

1996 - Ribeiro Filho, A. – “Novo Repertório de Sintomas Homeopáticos” – Brasil.

109.

2001 - Dias, Aldo Farias – “Repertório Homeopático Essencial - Edição do Milênio” – Brasil.

110.

2003 - Brunini, Carlos Roberto & Cols – “Repertório Homeopático Pediátrico” – Brasil.

111.

2006 - Ribeiro Filho, A. – “Repertório de Homeopatia – Digital”. Versão digital 2.101 baseado na obra Repertório de Homeopatia de Ariovaldo Ribeiro Filho publicado pela Editora Organon. – Brasil.

Segundo R.P. Patel (RIBEIRO FILHO, 1997), hoje, existem cerca de 160 repertórios editados atendendo diferentes propósitos. Castro (RIBEIRO FILHO, 1997) faz uma classificação para os repertórios, segundo a lógica que eles apresentam, nos módulos seguintes: I.

GERAIS: I.1. Do Geral para o particular: com maior importância para os sintomas gerais, indo para os particulares característicos. Exemplos, Lippe, C. - "Repertory of the More Characteristics Symptoms of the Materia Medica", 1879, (baseado no livro "Repertory and Manual" de Hering) com 299 (duzentos e noventa e nove) medicamentos; Kent, J.T. - "Repertory of the Homeopathic Materia Medica", 1897; Künzli, J., “Kent’s Repertorium Generale”.

27

I.2. Do Particular para o Geral: valoriza o sintoma completo (sintoma da totalidade ou sintoma totalizado). Exemplos: Boenninghausen -"Repertory of the Medicines Which are not Antipsorics, 1835; Boger – “Boenninghausen’s Characteristics and Repertory”, 1905. II.

CONCORDANTES À MATÉRIA MÉDICA: reproduzem a linguagem da matéria médica, sendo mais úteis para referência do que para repertorização. Exemplos: Knerr -"The Repertory to the Hering's Guiding Symptoms", 1896, com 402 (quatrocentos e dois) medicamentos; Mirilli, J.A. - "Repertório Temático de Sintomas Mentais Homeopáticos", 1995.

III.

CLÍNICOS: com muitas rubricas clínicas relacionadas aos diferentes sistemas do organismo com os medicamentos agrupados pela entidade nosológica (doença). Subdivididos em: a. Cobrindo o todo - Clarke, J.H. – “A Clinical Repertory", 1904; Boericke,W."ClinicaI Repertory", 1927. b. Cobrindo regiões, sistemas ou condições clínicas especializadas: 1. Regiões ou sistemas - Berridge - "Repertory of the Eyes", 1873 Inglaterra (inicia a era dos repertórios regionais e compilações). 2. Condições clínicas - Allen,H.C. - "Repertory of lntermitent Fevers", 1879.

IV.

DE AUXÍLIO MECÂNICO: a. Repertórios em fichas – fichas organizadas sistematicamente para o auxílio na repertorização e encontro dos medicamentos.

Exemplos: Field –

“Symptom Register”, 1922, repertório de fichas perfuradas baseado em Kent / Boger com 6.800 fichas. b. Sistema de dados (computação) – utilizam sistemas como CARA, GEHSH, HOMEODATA (LINCE), MINOTTI 2000, RADAR e outros. Exemplo: Dias, Aldo Farias – “Repertório Homeopático Essencial - Edição do Milênio”, 2001.

28

3. MATERIAL E MÉTODO O material de sustentação ao desenvolvimento deste trabalho refere-se à fonte de dados quantitativos de medicamentos homeopáticos dentro do universo de 35 (trinta e cinco) obras homeopáticas, dentre elas, 29 (vinte e nove) matérias médicas e 6 (seis) repertórios. O critério de seleção contemplou as consultas das obras mais comumente utilizadas pelos centros de formação homeopática do Brasil, as literaturas de profissionais homeopatas independentes, e o acesso internacional livre, via internet, de sites homeopáticos fomentadores da formação e propagação da cultura homeopática, sendo o site do Dr. Sèror o mais requisitado. O conteúdo coletado foi adequadamente classificado em dois grupos de fontes de dados, um principal e outro complementar: Grupo 1 de Fontes Principais de Dados - corresponde as fontes de dados pertencentes a bibliografia recomendada pela Conselho de Entidades Formadoras (CEF). Esse organismo busca proporcionar às Entidades Formadoras de profissionais Homeopatas uma gradual uniformidade na formação dos homeopatas brasileiros, em suas diferentes condutas filosóficas de ensino. Uma filosofia homeopática uniformizada é uma necessidade da classe no sentido de adequar a aplicação de um currículo mínimo com elevação gradual de qualidade, tanto teórica quanto prática, por abrangência das diversas áreas temáticas envolvidas no desenvolvimento do reconhecimento da Homeopatia como terapêutica de consenso. Assim, os homeopatas estariam padronizados consensualmente em termos de matéria médica, repertório, farmacotécnica, clínica, terapêutica e semiologia. Esse Grupo 1 de Fontes de Dados representa 60 % (secenta por cento) do total das fontes de dados que embasam este trabalho. O quadro abaixo declina as obras de referência.

29

QUADRO 1. Grupo 1 de Fontes Principais de Dados em suas primeiras publicações AUTOR

OBRA

ANO

ALLEN, H.C.

Sintomas-Chave da Matéria Médica Homeopática

ALLEN, T. F.

The Encyclopedia of Pure Matéria Médica

1874

BOERICKE, W.

Matéria Médica Homeopática com Índice Terapêutico

1927

CHARETTE, G.

Matéria Médica Explicada

1949

CLARKE, J. H.

A Dictionary of Pratical Matéria Médica

1900

DIAS, A. F.

Repertório Homeopático Essencial

2001

HAHNEMANN, S.

Doenças Crônicas

1828-1839

HAHNEMANN, S

Matéria Médica Pura

1811-1821

HERING, C.

Guiding Symptoms

1880-1891

KENT, J. T

Repertory of the Homeopathic Matéria Médica

1897

KENT, J. T.

Matéria Médica Homeopática

1904

LATHOUD, F.

Matéria Médica Homeopática

1932

MIRILLI, J.A.

Matéria Médica Temática

1996

MURE, B.

Patogenesia Brasileira e Doutrina da Escola do Rio de Janeiro

1849

NASH, E. G

Guia Terapêutico Homeopático

ROBERTS, H.A

Studies of Remedies by Comparison

SCHROYENS, F.

Synthesis

TYLER, M.L

Retratos de Medicamentos Homeopáticos

VANNIER, L. &

1836-1909

1838-1917 1993 1942-1952

Précis de Matière Médicale Homéopathique

1958

VIJNOVSKY, B.

Tratado de Matéria Médica

1980

VOISIN, H

Thérapeutique et Répertoire Homéopathiques du Praticien

1952

POIRIER, J

Grupo 2 de Fontes Complementares de Dados – corresponde as fontes de dados presentes em bibliotecas, editoras e internet que não fazem parte da bibliografia recomendada pela CEF (Conselho de Entidades Formadoras), mas que são acessíveis aos homeopatas no Brasil. Esse Grupo 2 representa 40% (quarenta por cento) do total das fontes de dados que embasam este trabalho. O quadro abaixo declina as obras de referência.

30

QUADRO 2. Grupo 2 de Fontes Complementares de Dados em suas primeira publicações AUTOR ANSHUTZ, E. P BOGER, C. M BOGER, C. M. A

OBRA Pathogénésies de l'an 1900 Boenninghausen’s Characteristics Materia Medica & Repertory.

ANO 1900 1905

Sinoptic Key of the Materia Medica

1931

Repertório Homeopático Pediátrico

2003

Matéria Médica Homeopática IBEHE

1992

A Text-Book of Materia Medica

1879

RIBEIRO FILHO, A.

Repertório de Homeopatia digital 2.101

2006

GUERNSEY, H. N.

Key-notes to the materia Medica

1873?

HUGUES

A Cyclopaedia of Drug Pathogenesy

1886

JULIAN, O. A.

Matière Médicate d´Homéothérapie

1971

LIPPE, A. V.

Text-Book of Materia Medica

1870

ROBERTS, H. A.

Sensation as If

1937

SÉROR, R.

Matière Médicale Homéopathique Synthétique

1998

BRUNUNI, C.R.D. & Cols BRUNUNI, C.R.D. & SAMPAIO, C. COWPERTHWAITE, A. C.

ZANDVOORT, R. V.

Repertorium universale: the repertory of homeopathic remedies (RUBY)

1994

Os conteúdos dos 2 (dois) grupos de fontes de dados resultam uma soma de 35 (trinta e cinco) fontes. Focado no medicamento homeopático, objeto central deste estudo, foram estipulados 4 (quatro) subgrupos de análise, que avaliam a relação interativa entre medicamentos homeopáticos e fontes bibliográficas. Assim, foi possível determinar quatro grandes variáveis para o estudo de confronto: 1. Medicamentos homeopáticos presentes nas matérias médicas. Este subgrupo contempla todos os medicamentos presentes nas matérias médicas estudadas, sem levar em consideração se os mesmos estão presentes nos repertórios referenciados. 2. Medicamentos homeopáticos presentes nos repertórios. 31

Este subgrupo contempla todos os medicamentos presentes nos repertórios estudados, sem levar em consideração se os mesmos estão presentes nas matérias médicas referenciadas. 3. Medicamentos homeopáticos presentes nas matérias médicas e nos repertórios. Este subgrupo contempla a sincronia das matérias médicas com os repertórios, aqui, referenciados. 4. Medicamentos homeopáticos exclusivos. Este subgrupo contempla medicamentos homeopáticos exclusivos, ou nas matérias médicas ou nos repertórios, aqui, referenciados. O quadro abaixo resume o delineamento do trabalho.

QUADRO 3. Subgrupos das Fontes de Dados e Variáveis dos Resultados de Medicamentos SUBGRUPO 1. Matéria Médica

VARIÁVEL Quantidade representativa dos medicamentos homeopáticos presentes nas matérias médicas

2. Repertório

Quantidade representativa dos medicamentos homeopáticos presentes nos repertórios

3. Matéria Médica e Repertório

Quantidade representativa dos medicamentos homeopáticos presentes simultaneamente nas matérias médicas e nos repertórios

4. Matéria Médica ou Repertório

Quantidade representativa dos medicamentos homeopáticos presentes exclusivamente nas matérias médicas ou nos repertórios

No processo seletivo dos medicamentos foi utilizado como critério de inclusão a farmacotécnica homeopática, e como critério de exclusão todo aquele com ausência de sintomatologia homeopática e/ou indicação explícita do medicamento referido segundo a lei da semelhança. Assim, todo medicamento fabricado sob a metodologia farmacológica hahnemanniana (dinamização) foi eleito, sem ser 32

considerada a classificação terapêutica do referido medicamento. Conquanto, todo medicamento eleito que não demonstrou propósito definido em termos de sintomatologia ou de indicação terapêutica, ainda que concebido segundo farmocotécnica homeopática, foi excluído. O critério de inclusão foi embasado na Farmacopéia Brasileira (2003) que define medicamento homeopático - “toda apresentação farmacêutica destinada na administração pelo princípio da similitude, para fins preventivos e terapêuticos, e obtida pelo método de diluições, seguido de sucussões e/ou triturações sucessivas”. Os medicamentos excluídos foram normalmente os catalogados como soluções, extratos ou florais. Para atender as necessidades estatísticas, foi necessária a criação de uma série de planilhas que permitissem o desenvolvimento de quadros, fórmulas e gráficos convenientes a resultados objetivados no propósito deste trabalho. Assim, foi utilizado o programa Excel 2007 da Microsoft Corporation para confecção das seguintes planilhas: 1 – Planilha de Relação de Medicamentos Homeopáticos (RMH) Planilha contendo todas as abreviaturas, nomes e sinonímias encontrados nas fontes de dados. As abreviaturas de medicamentos homeopáticos da planilha de RMH foram reproduzidas para realização de todas as demais planilhas e quadros descritos. 2 - Planilha de Quantificação Individual Planilha para todos os medicamentos homeopáticos encontrados em cada uma das 35 (trinta e cinco) obras analisadas tanto de matérias médicas como de repertórios. 3 – Planilhas de Relacionamento entre Campos Planilhas para comparação, confrontação e cruzamento de medicamentos homeopáticos entre matérias médicas, entre repertórios e entre matérias médicas e repertórios. Através da soma e agrupamento dos resultados de matérias médicas e repertórios homeopáticos, obteve-se uma derivação em novos 5 (cinco) subgrupos, aqui, denominados grupos de medicamentos de análises, capazes de atenderem aos requisitos das 4 (quatro) variáveis do delineamento do trabalho. Essa aparente 33

assincronia deve-se ao fato da variável do subgrupo 4 – Medicamentos exclusivos, apresentar um desdobramento em outros dois subgrupos: medicamentos exclusivos em matéria médica, e medicamentos exclusivos em repertórios. Assim, os 5 (cinco) grupos de análise puderam ser constituídos como segue: Grupo 1 de Medicamentos (G1) = MMH Para o resultado da soma de todos os medicamentos homeopáticos presentes nas matérias médicas homeopáticas. Grupo 2 de Medicamentos (G2) = REP Para o resultado da soma de todos os medicamentos homeopáticos presentes nos repertórios homeopáticos. Grupo 3 de Medicamentos (G3) = MMH + REP Para o resultado da soma de todos os medicamentos homeopáticos presentes nas matérias médicas homeopáticas e nos repertórios homeopáticos. Grupo 4 de Medicamentos (G4) = MMH - REP Para o resultado da soma de todos os medicamentos homeopáticos presentes nas matérias médicas homeopáticas e não presentes nos repertórios homeopáticos. Grupo 5 de Medicamentos (G5) = REP - MMH Para o resultado da soma de todos os medicamentos homeopáticos presentes nos repertórios homeopáticos e não presentes nas matérias médicas homeopáticas. A expressão gráfica da comparação, confrontação e cruzamento de medicamentos homeopáticos, tanto entre matérias médicas como entre repertórios e entre matérias médicas e repertórios foi realizada atendendo às especificações técnicas, identificadas no programa Excel 2002 da Microsoft Corporation. Para a obtenção dos resultados, todas as fontes de dados foram atualizadas às suas respectivas edições mais recentes.

34

4. RESULTADOS O quadro de matérias médicas homeopáticas e de repertórios homeopáticos utilizados no Brasil representa o somatório de todas as fontes que compuseram o Grupo 1 de Fontes de Dados e o Grupo 2 de Fontes de Dados, obtidas na coleta de dados, totalizando 35 (trinta e cinco) obras consultadas. Esse universo populacional serviu para coleta de todas as abreviaturas, nomes e sinonímias que embasaram a realização da planilha de Relação de Medicamentos Homeopáticos (RMH). A figura abaixo fornece uma amostra parcial da RMH. FIGURA 1. Amostra parcial da planilha de RMH

As abreviaturas de medicamentos homeopáticos da planilha de RMH foram reproduzidas para realização de todas as demais planilhas definidas como Planilha de Quantificação Individual e Planilhas de Relacionamento entre Campos. 35

A figura abaixo fornece uma amostra parcial da Planilha de Quantificação Individual. FIGURA 2. Amostra Parcial da Planilha de Quantificação Individual

A RMH e a Planilha de Quantificação Individual resultaram em um Quadro Representativo das Matérias Médicas e Repertórios com a quantidade de seus respectivos

medicamentos.

Estes

resultados

formaram

as

Planilhas

de

Relacionamento entre Campos para as comparações e confrontações entre as fontes de dados. O Quadro 4 declina os resultados individuais dos Grupo 1 de Fontes de Dados e o Grupo 2 de Fontes de Dados obtidas. QUADRO 4. Quadro Representativo das Matérias Médicas e Repertórios com a quantidade de seus respectivos medicamentos. FONTES 1. ALLEN, H.C. Sintomas-Chave da Matéria Médica Homeopática.

Quantidade de Medicamentos 202 36

2. ALLEN, T. F. The Encyclopedia of Pure Matéria Médica.

749

3. ANSHUTZ, E. P. Pathogénésies de l'an 1900. New, Old And Forgotten Remedies.

117

4. BOERICKE, W. Manual de Matéria Médica Homeopática.

683

5. BOGER, C. M. A Sinoptic Key of the Materia Medica.

437

6. BOGER, C. M. Boenninghausen's Characteristics Materia Medica & Repertory.

499

7. BRUNINI, C.R. & Cols. Repertório Homeopático Pediátrico. 8. BRUNINI, C. R., SAMPAIO, C. Matéria Médica Homeopática IBEHE. 9. CHARETTE, G. Matéria Médica Explicada. 10.CLARKE, J.H. A Dictionary of Practical Materia Medica. 11.COWPERTHWAITE, A. C. A Text-Book of Materia Medica - Characteristic, Analytical, and Comparative.

1589 109 86 1010 242

12.DIAS, A. F. Repertório Homeopático Essencial.

1601

13.RIBEIRO FILHO, A. Repertório de Homeopatia - Digital.

1764

14.GUERNSEY, H. N. Key-Notes to the Materia Medica.

193

15.HAHNEMANN, S. Materia Médica Pura.

67

16.HAHNEMANN, S. Doenças Crônicas.

47

17.HERING, C. Guiding Symptoms of our Materia Medica

457

18.HUGHES. Cyclopaedia of Drug Pathogenesy

402

19.JULIAN, O. A. Materia Medica of New Homoeopathic Remedies

105

20.KENT, J.T. Matéria Médica.

206

21.KENT, J. T. Repertory of the Homeopathic Matéria Médica.

637

22.LATHOUD, J.A. Estudos de Matéria Médica Homeopática.

143

23.LIPPE, A.V. Keynotes Of The Homoeopathic Materia Medica

121

24.MIRILLI, J.A. Matéria Médica Temática de Sintomas Mentais Homeopáticos.

297

25.MURE, B. Patogenesia Brasileira. 26.NASH, E. Guia Terapêutico Homeopático. 27.ROBERTS, H.A. O Estudo dos Medicamentos por Comparação.

42 227 66

28.ROBERTS, H.A. Sensation as If.

697

29.SÉROR, R. Matière Médicale Homéopathique Synthétique.

224

30.SCHROYENS, F. Synthesis.

4413

31.TYLER, M.L. Retratos de Medicamentos Homeopáticos.

126

32.VANNIER, L. Compendio de Materia Medica Homeopatica.

321

33.VIJNOVISKY, B. Tratado de Matéria Médica Homeopática.

1528

34.VOISIN, H. Manual de Matéria Médica para o Clínico. 35.ZANDVOORT, R. V. Ruby.

370 2098

37

O Quadro 4 (Quadro Representativo das Matérias Médicas e Repertórios com a quantidade de seus respectivos medicamentos) forneceu os dados para comparação quantitativa através do Gráfico 1 (Representação gráfica das Matérias Médicas e Repertórios, com a quantidade de seus respectivos medicamentos, apresentado abaixo. . GRÁFICO 1. Representação gráfica das Matérias Médicas e Repertórios com a quantidade de seus respectivos medicamentos. 2098

35

370

34

1528

33 321

32 126

31

4413

30

224

29

697

28

66

27

227

26 42

25

297

24

121

Fontes de Dados Referentes ao Quadro 4

23

143

22

637

21

206

20

105

19

402

18

457

17

47

16

67

15

193

14

1764

13

1601

12

242

11

1010

10 86

9

109

8

1589

7 499

6

437

5

683

4

117

3

749

2

202

1 0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Quantidade de Medicamentos

38

A RMH quantificou um total de 4.517 (quatro mil quinhentos e dezessete) medicamentos homeopáticos, distribuídos em 9.784 (nove mil setecentos e oitenta e quatro) nomes diferentes, com um número de abreviaturas variando de um a quatro nomes. Deste total de medicamentos, 2.699 (dois mil seiscentos e noventa e nove) não apresentaram sinonímias, enquanto 1.818 (um mil oitocentos e dezoito) apresentaram 5.267 (cinco mil duzentas e sessenta e sete) sinonímias, distribuídas em números de 1 (uma) até 27 (vinte sete) sinonímias, para cada medicamento homeopático. O gráfico abaixo expressa a distribuição dos medicamentos conforme a nomenclatura encontrada na RMH GRÁFICO 2. Distribuição dos Medicamentos conforme a Nomenclatura encontrada na RMH

10000 9784 9000 8000 7000 6000 Quantidade de medicamentos

5000 4000

5267 4517

3000 2699

2000 1818 1000 0

1

Total de Medicamentos

4517

Total de Nomes

9784

Total de Sinonímias

5267

Total de Medicamentos com sinonímias

1818

Total de medicamentos sem sinonímias

2699 Totalizações

39

Com base nas quantidades representativas para cada grupo medicamentoso, ou seja, subgrupos Grupo 1 de Medicamentos (G1) = MMH; Grupo 2 de Medicamentos (G2) = REP; Grupo 3 de Medicamentos (G3) = MMH+REP; Grupo 4 de Medicamentos (G4) = MMH-REP; e Grupo 5 de Medicamentos (G5) = REP-MMH, foram encontrados os seguintes resultados: Grupo 1 de Medicamentos (G1) – Um total de 1.712 (um mil setecentos e doze), no G1=MMH, foi o saldo de medicamentos homeopáticos encontrados pela soma das matérias médicas homeopáticas referenciadas. O quadro abaixo declina as matérias médicas e a quantidade de medicamentos presentes. QUADRO 5. Quadro representativo das Matérias Médicas com a quantidade de seus respectivos medicamentos.

Matéria Médica

Quantidade de Medicamentos

ALLEN, H.C. Sintomas-Chave da Matéria Médica Homeopática.

202

ALLEN, T. F. The Encyclopedia of Pure Matéria Médica.

749

ANSHUTZ, E. P. Pathogénésies de l'an 1900. New, Old And Forgotten Remedies.

117

BOERICKE, W. Manual de Matéria Médica Homeopática.

683

BOGER, C. M. A Sinoptic Key of the Materia Medica.

437

BOGER, C. M. Boenninghausen's Characteristics Materia Medica & Repertory.

499

BRUNINI, C. R., SAMPAIO, C. Matéria Médica Homeopática IBEHE.

109

CHARETTE, G. Matéria Médica Explicada. CLARKE, J.H. A Dictionary of Practical Materia Medica. COWPERTHWAITE, A. C. A Text-Book of Materia Medica - Characteristic, Analytical, and Comparative. GUERNSEY, H.N. Key-Notes to the Materia Medica.

86 1010 242 193

HAHNEMANN, S. Doenças Crônicas.

47

HAHNEMANN, S.. Matéria Médica Pura.

67

HERING, C. Guiding Symptoms of Materia Medica.

457

HUGHES. Cyclopaedia of Drug Pathogenesy

402

JULIAN, O. A. Materia Medica of New Homoeopathic Remedies

105

KENT, J.T. Matéria Médica.

206 40

LATHOUD, J.A. Estudos de Matéria Médica Homeopática.

143

LIPPE, A. V. Keynotes Of The Homoeopathic Materia Medica.

121

MIRILLI, J.A. Matéria Médica Temática.

297

MURE, B. Patogenesia Brasileira. NASH, E. Guia Terapêutico Homeopático. ROBERTS, H.A. O Estudo dos Medicamentos por Comparação.

42 227 66

ROBERTS, H.A. Sensation as If.

697

SÉROR, R. Matière Médicale Homéopathique Synthétique.

224

TYLER, M.L. Retratos de Medicamentos Homeopáticos.

126

VANNIER, L. Compendio de Materia Medica Homeopatica.

321

VIJNOVISKY, B. Tratado de Matéria Médica Homeopática.

1528

VOISIN, H. Manual de Matéria Médica para o Clínico. TOTAL

370 1712

Grupo 2 de Medicamentos (G2) – Um total de 4.460 (quatro mil quatrocentos e sessenta), no G2= REP, foi o saldo de medicamentos homeopáticos encontrados pela soma dos repertórios homeopáticos referenciados. O quadro abaixo declina os repertórios e a quantidade de medicamentos presentes.

QUADRO 6. Quadro representativo dos repertórios com a quantidade de seus respectivos medicamentos.

Repertório

Quantidade de Medicamentos

BRUNINI, C.R.D & Cols. Repertório Homeopático Pediátrico.

1589

DIAS, A.F. Repertório Homeopático Essencial.

1601

RIBEIRO FILHO, A. Repertório de Homeopatia - Digital.

1764

KENT, J. T. Repertory of the Homeopathic Matéria Médica.

637

SCHROYENS, F. Synthesis.

4413

ZANDVOORT, R. V. Ruby.

2098

TOTAL

4460

41

Grupo 3 de Medicamentos (G3) – O total de 4.517 (quatro mil quinhentos e dezessete), no G3=MMH+REP, foi o montante total de medicamentos homeopáticos encontrados na soma global das matérias médicas homeopáticas e dos repertórios homeopáticos em estudo correspondendo à RMH. O quadro 1 (QUADRO 1. Quadro representativo das Matérias Médicas e Repertórios com a quantidade de seus respectivos medicamentos) declina as matérias médicas e os repertórios e a quantidade de

medicamentos presentes, sendo que o quadro abaixo declina as 35 (trinta e cinco) fontes de matérias médicas e repertórios com a quantidade de medicamentos que ocorrem em ambas. QUADRO 7. Quadro representativo do montante total de medicamentos homeopáticos encontrados na soma global das matérias médicas homeopáticas e dos repertórios Fontes de Dados

Quantidade de Medicamentos

G3 = G1 (MMH) + G2 (REP)

4.517

Grupo 4 de Medicamentos (G4) – O total de 55 (cinqüenta e cinco) no G4=MMH-REP significa o montante de medicamentos homeopáticos com presença exclusiva nas matérias médicas referenciadas. O quadro abaixo apresenta o total de medicamentos exclusivos nas matérias médicas. QUADRO 8. Quadro representativo do montante total de medicamentos homeopáticos exclusivos presentes nas matérias médicas e ausentes nos repertórios Fontes de Dados G4 = G1 (MMH) – G2 (REP)

Quantidade de Medicamentos Exclusivos 55

42

Grupo 5 de Medicamentos (G5) – O total de 2.748 (dois mil setecentos e quarenta e oito), no G5=REP-MMH, significa o montante de medicamentos homeopáticos com presença exclusiva nos repertórios referenciados. O quadro abaixo apresenta o total de medicamentos exclusivos nas repertórios. QUADRO 9. Quadro representativo do montante total de medicamentos homeopáticos exclusivos presentes nos repertórios e ausentes nas matérias médicas Quantidade de Fontes de Dados

Medicamentos Exclusivos

G5 = G2 (REP) – G1 (MMH)

2.748

A reunião dos resultados parciais, ou seja, de cada subgrupo, permitiu a formulação de um Quadro Geral de Distribuição dos Medicamentos Homeopáticos. O quadro e o gráfico abaixo declinam os resultados dos cinco grupos estudados.

QUADRO 10. Quadro Geral de Distribuição dos Medicamentos Homeopáticos Fontes

de

Dados

Medicamentos - total G1=MMH

1.712

G2=REP

4.460

G3=MMH+REP

4.517

G4=MMH-REP

55

G5=REP-MMH

2.748

43

GRÁFICO 3. Gráfico Geral de Distribuição dos Medicamentos Homeopáticos

2748

G5=REP-MMH G4=MMH-REP

55 4517

G3=MMH+REP

4460

G2=REP

1712

G1=MMH

Medicamentos - total

O Quadro Geral de Distribuição dos Medicamentos Homeopáticos evidenciou 2 (dois) novos grupos

de medicamentos, que revelaram a quantidade de

medicamentos síncronos e assíncronos os grupos G1 e G2: 1) Medicamentos Síncronos – Um total de 1.657 (um mil seiscentos e cinqüenta e sete) medicamentos se mostra síncrono entre os 1.712 (mil setecentos e doze) medicamentos das matérias médicas, que compõe o G1, e os 4.460 (quatro mil quatrocentos e secenta) medicamentos dos repertórios, que compõe o G2, sendo estes passíveis de prescrição por sincronia. Representam 37% (trinta e sete por cento) da totalidade de 4.517 (quatro mil quinhentos e dezessete) medicamentos do grupo G3 (MMH+REP). 2) Medicamentos Assíncronos - Um total de 2.860 (dois mil oitocentos e sessenta) medicamentos se mostra assíncrono entre os 1.712 (mil setecentos e doze) medicamentos das matérias médicas, que compõe o G1, e os 4.460 (quatro mil quatrocentos e sessenta) medicamentos dos repertórios, que compõe o G2, não sendo estes passíveis de prescrição por sincronia. Representam 67% (sessenta e sete por cento) da totalidade de 4.517 (quatro mil quinhentos e dezessete) medicamentos do grupo G3 (MMH+REP).

44

GRÁFICO 4. Representação gráfica da Distribuição Global dos Medicamentos Homeopáticos passíveis de prescrição por sincronia entre matéria médica e repertório

Total de Medicamentos = 4517 2860; 63%

1657; 37% Total de Medicamentos Assíncronos

Total de Medicamentos Síncronos

45

5. DISCUSSÃO

Na obra basilar da Homeopatia - O Organon da Arte de Curar (HAHNEMANN, 1810) – o próprio criador já diferenciou definitivamente o que é medicamento homeopático e medicamento não-homepático. Hahnemann estabeleceu, como requisito fundamental para essa segregação, a farmacogênese homeopática exclusivamente através da dinamização. Esse conceito ainda é uma verdade nos dias atuais ( Farmacopéia Brasileira, 1992). No campo das Matérias Médicas, a de Hahnemann (HAHNEMANN, 1997), a de Allen (ALLEN, T., 1992), a de Hering (HERING, 1999) e a de Hugues (HUGUES & DAKE, 1999), dentre as demais elencadas, continuam sendo as mais representativas, quanto à descrição suficientemente completa dos sintomas, quer sejam eles de origem patogenética, ou de origem clínica. Na esfera repertorial, a metodologia de Kent (KENT, 2008) configurou-se como a mais explorada na atualidade. O método kentiano foi o primeiro a contemplar o universo das ditas matérias médicas bem conceituadas, e a evolução dele nos dois repertórios contemporâneos

mais

abrangentes,

SYNTHESIS

(SCHROYENS,

2004)

e

UNIVERSALE (ZANDVOORT, 2004), acampa, também, além de uma multiplicidade de matérias médicas, a metodologia de Boeninghausen (BOENINGHAUSEN, 1832), outrora basilar para uma linhagem repertorial específica. Hahnemann lançou dois modelos de matérias médicas: Matéria Médica Pura (1811) e Doenças Crônicas (1828-39). Ambas tendo em comum a descrição de sintomas patogenéticos. Foram consideradas inquestionáveis quanto à segurança, à prescrição e à eficácia terapêutica, conforme a Lei de Semelhança. Posteriormente, surge o modelo de Matéria Médica Clínica (JAHR, 1835), e as derivadas desses três modelos: matérias médicas Interpretativas, Explicativas, Descritivas, Sindrômicas, Comparadas, Repertoriais, Característicos (ou Key-notes), e Temáticas. Esses últimos modelos, metodologicamente mais livres, acabaram ocupando um predominante espaço na relação das matérias médicas de hoje. O que elas têm em comum é a predileção pela descrição de sintomas a partir de uma dimensão clínica 46

muito pessoal do autor. As matérias médicas derivadas não se preocuparam em seguir o padrão metodológico hahnemanniano, quanto à organização, descrição e inclusão de medicamentos. A ótica particular de cada autor, também, nem sempre deixa clara os critérios de elaboração da obra, permitindo o surgimento de críticas quanto à possível vulgarização dos dois principais instrumentos homeopáticos: matéria médica e repertório. A exclusão de prefácios, nas obras de matéria médicas traduzidas (BOERICKE, 1997; ALLEN, 2000), é um outro fator complicador observado, na busca do entendimento da elaboração dessas obras de referências ao profissional homeopata. Vijnovsky (VIJNOVSKY, 2003), no seu tratado de matéria médica, não observa completamente os preceitos hahnemanianos para prescrição de medicamento homeopático. Nessa obra, ocorre a presença de medicamentos sem patogenesia, ou sem eficácia comprovada, ou ainda com descrições breves e incompletas de sintomas incapazes de corresponderem às necessidades de um Medicamento Único. Apesar da incongruência do autor, os medicamentos por ele estudados cumpriram aos critérios de inclusão deste estudo. O compromisso com a fonte não tem sido observado pelos autores de matéria médica e repertório. Grande quantidade de medicamentos, apesar de ser incluída na Relação de Medicamentos Homeopáticos (RMH) deste trabalho, não pôde ser analisada quanto à legitimidade de “medicamento homeopático”, devido à impossibilidade de checagem “in loco”, uma vez que muitos desses medicamentos são provenientes de publicações restritas e de difícil acessibilidade fora dos seus respectivos locais de origem. Na matéria médica homeopática, observam-se contaminações por fármacos de outras naturezas. De Florais (VIJNOVSKY, 2003) a medicamentos provenientes de vacinas. Os

medicamentos

“isoterápicos”,

categorizados

por

Kossack-Romanch

(KOSSACK-ROMANACH, 1993) como “pseudo-homeopáticos”, por apresentarem origem duvidosa, ainda são muito comuns, tanto em matéria médica (CLARKE, 1976; VIJNOVSKY, 2003), quanto em repertórios (BRUNINI, 2003; DIAS, 2001; RIBEIRO FILHO, 2006; SCHROYENS, 2004; ZANDVOORT, 2004). 47

Concernente ao número de medicamentos homeopáticos, em 1989, a literatura estimava cerca de 2.500 (dois mil e quinhentos) a 3.000 (três mil) medicamentos. Esse dado vinha servindo como base para os centros de formação de profissionais homeopatas, como relativamente estável, até os dias atuais, uma vez que novas experimentações permaneciam muito reduzidas ou desconhecidas. Neste estudo, a revelação da quantidade de 4.517 (quatro mil trezentos e dezessete) medicamentos demonstra que a homeopatia já ultrapassou essa estimativa em 1.517 (um mil quinhentos e dezessete) medicamentos. Conquanto, a totalidade de medicamentos encontrada, ainda, não representa o total definitivo dos medicamentos homeopáticos do presente. Ao contrário do que se imaginava, a inclusão de novos medicamentos não parece ser algo lento. Os avanços tecnológicos na área repertorial vieram permitir que uma simples experimentação possa veicular rapidamente no mundo homeopático. A dificuldade de publicação de outrora está sendo suplantada a largos passos pela ferramenta de inclusão medicamentosa dos repertórios digitais. O reclame de Hahnemann no “Organon da Arte de Curar” (§ 145 - 1810), pela condição da descoberta de um remédio homeopático característico a cada paciente ser dependente de uma farmacopéia significativamente representativa em número de medicamentos, devidamente conhecidos e controlados, parece ter sido atendido a contento. Pois, a nova metodologia digital de inclusão de medicamentos vem corroborando com o ideal do pai da Homeopatia, que sempre incentivou a revelação de novos medicamentos afinados com a complexidade da natureza humana. As fontes de dados estudadas demonstram que o surgimento das primeiras matérias médicas (HAHNEMANN, 1811-1839; LIPPE, 1870; ALLEN, T., 1874; HUGUES & DAKE, 1886; HERING, 1880-1891) deu-se anteriormente ao surgimento dos repertórios, e que os repertórios (KENT, 1897) surgiram com o objetivo de corresponder às matérias médicas. Isso, hoje, já não se confirma, pois os repertórios atuais (DIAS, 2001; RIBEIRO FILHO, 2006; SCHROYENS, 2004; ZANDVOORT, 2004) incluem medicamentos antes que estes sejam incluídos em matéria médica. Um montante de 2.748 (dois mil setecentos e quarenta e oito) medicamentos foi encontrado pertencendo exclusivamente a repertórios.

48

A diretriz hahnemanniana, para a obtenção de uma monta considerável de medicamentos homeopáticos capaz de oferecer ao clínico um embasamento seguro à eleição de um simillimum proficiente, segue potencialmente, mas de maneira desarticulada entre matérias médicas e repertórios. Do universo de 4.517 (quatro mil trezentos e dezessete), apenas 1.657 (um mil seiscentos e cinquenta e sete) medicamentos apresentaram sincronia entre esses dois instrumentos da prática homeopática. Isso revela a verdadeira potencialidade de que o clínico dispõe entre um nome e um conteúdo medicamentoso, já que repertório revela nome, enquanto matéria médica revela conteúdo.

49

6. CONCLUSÃO

O presente estudo permite se chegar às seguintes conclusões: 1. As matérias médicas homeopáticas que mais evoluíram foram àquelas dissonantes à metodologia hahnemanniana, principalmente na questão de apresentação dos sintomas. 2. O volume de medicamentos homeopáticos tem crescido significativamente. A monta de 4.517 (quatro mil quinhentos e dezessete medicamentos), tende a ser superada rapidamente, devido às constantes inclusões de novos medicamentos através dos repertórios digitais de alta tecnologia. 3. Os repertórios surgiram para permitir acesso às matérias médicas, e, hoje, apresentam mais medicamentos do que elas. Isso denota que as matérias médicas não seguiram o mesmo padrão tecnológico evolutivo dos repertórios. 4.

A

exclusividade

de

medicamentos

dos

repertórios

é

constatada,

principalmente, nos repertórios digitais que permitem atualizações tão logo surja um novo medicamento, inserido pelo próprio autor da experimentação, ou catalogado de pequenas publicações ou sites da Internet, pelo responsável da obra repertorial. 5. Há muito mais medicamentos exclusivos nos repertórios (2.748 exclusivos em 4.460) do que nas matérias médicas (55 em 1.712). 6. A obra de Mure – Patogenesia Brasileira - (MURE, 1999) foi a que apresentou a menor distribuição individual de medicamentos, totalizando 42 (quarenta e dois). A obra de Schroyens – Synthesis: versão digital (SCHROYENS, 1993) foi a que apresentou a maior distribuição individual de medicamentos, totalizando 4.413. 7. Houve uma sincronia de 1.657 (um mil seiscentos e cinqüenta e sete) medicamentos

entre

repertórios

e

matérias

médicas.

Nesse

universo

medicamentoso, o profissional encontra fácil correspondência entre um e outro instrumento clínico homeopático. 8. Os medicamentos síncronos entre repertórios e matérias médicas corresponderam aos medicamentos mais bem estudados e comprovados por 50

diversos autores durante a história da homeopatia.

São considerados os mais

confiáveis para a prática terapêutica, já que muitos foram experimentados, reexperimentados e comprovados na prática clínica, a exemplo de Aconitum napellus, que ocorreu em 31 (trinta e uma) das 36 (trinta e seis) fontes de dados. 9. O grande número de medicamentos síncronos (1657), e o grande valor a maioria deles atribuídos (experimentação e comprovação clínica), assegura, à Homeopatia da atualidade, uma clínica eficaz no encontro do simillimum de concepção hahnemanianna. 10. Os 2.860 (dois mil oitocentos e sessenta) medicamentos, que ainda não apresentaram sincronia entre repertório e matéria médica, são carentes de avaliação, antes de serem contemplados pelos centros de ensinos. O medicamento Absintalsen (SCHROYENS, 1993), ocorreu somente numa obra, dentre as 35 (trinta e cinco).

51

7. RECOMENDAÇÕES Para atualizações futuras desse estudo, e, para estímulo a novas pesquisas neste campo de trabalho, sugere-se que as novas publicações em Homeopatia atentem às deficiências aqui encontradas, a fim de atenderem às dificuldades que se fizeram relatar, de forma a maximizar o entrosamento entre material e profissional no exercício da clínica homeopática: 1. Capítulo de apresentação da obra. A deficiência desse espaço, na maioria da obras consultadas, exigiu uma hierarquização das fontes de dados, para inclusão de medicamentos no presente estudo; sendo considerados medicamentos homeopáticos, sem distinção, todos aqueles provenientes da experimentação com descrição da patogenesia pura. A apresentação da obra é um espaço importante para que o autor possa descrever o delineamento, metodologia, classificação e o propósito do seu trabalho. 2. Identificação

da

fonte

sintomática.

A

nomenclatura

latinizada

do

medicamento não o assegura como verdadeiramente homeopático. Para cumprir os critérios de seleção, os medicamentos tiveram que ser chegado “in loco” em cada obra, todas consideradas homeopáticas. Cada medicamento deveria carrear consigo a informação de sua sintomatologia, se experimental, clínica ou advinda de outras áreas do conhecimento. 3. Acessibilidade às fontes medicamentosas. Poucas obras trazem a informação bibliográfica da origem medicamentosa. Mesmo assim, muitas dessas referências não podem ser acessadas, por serem publicações restritas, fora do país. Os autores de compêndios de matérias médicas e de repertórios deveriam se comprometer com um banco de dados de embasamento da obra, de forma a permitir a conexão do leitor com a referência original de cada um dos medicamentos nele inserido. 4. Índice

medicamentoso.

Muitas

obras

vêm

sendo

costumeiramente

reeditadas, mas preservando-se as mesmas deficiências. A ausência de índice medicamentoso exigiu a contagem individual dos medicamentos, 52

página por página, para posterior inclusão na relação de medicamentos homeopáticos (RMH). 5. Padronização

lingüística.

Embora,

estipulada

por

Hahnemann,

a

nomenclatura latinizada ainda não chegou a uma aceitação total. Os idiomas, francês, Inglês, alemão, espanhol e português, costumeiramente contaminam a relação de medicamentos homeopáticos. 6. Padronização de nomes e sinonímias. Houve uma enorme diversidade de nomes para o mesmo medicamento nas diferentes fontes de dados. Foram encontradas 5.267 (cinco mil duzentos e sessenta e sete) sinonímias para 1.818 (um mil oitocentos e dezoito) medicamentos. Muitos medicamentos

competem, com nomes diferentes, aos mesmos sintomas. Alguns autores tomam o cuidado de elencar, ao lado do nome escolhido, os outros, também, aceitos, mas isso não constitui regra geral. 7. Padronização gráfica. Não há consenso para as abreviaturas dos medicamentos. Essa deficiência exigiu a checagem das abreviaturas com os medicamentos a elas relacionados, ocorrendo de uma a duas abreviaturas para o mesmo medicamento. A ausência de padronização de abreviaturas leva a conflitos de significado. “GUAN”, no Repertório de Homeopatia Digital (RIBEIRO FILHO, 2006), refere-se ao medicamento “Guano australis”, e, no Repertorium Universale: the repertory of homeopathic remedies – RUBY (ZANDVOORT, R. V., 2004), refere-se ao medicamento “Guaninum”. Para “Guano autralis” o Ruby estipula a abreviatura “GUANO”. Com essas considerações saneadas, e com a visualização de um incremento na melhoria das publicações homeopáticas, as pesquisas futuras certamente encontrarão terreno profícuo a resultados ainda mais esclarecedores para a boa prática da Homeopatia. Como intento final, fica ainda, o desejo pela criação de uma “Comissão Internacional de Homeopatia”, que possa ser reconhecida por todas as entidades idôneas de ensino e pesquisa nesse campo operacional. Uma coligação editorial de âmbito internacional permitiria uma normatização dos critérios de publicação para medicamentos, matérias médicas e repertórios; bem como, facilitaria uma readequação à reedição das obras já consagradas. Seria a sistematização da 53

literatura homeopática, sem dúvida, representando mais uma diretriz no escopo das intenções de Samuel Hahnemann.

54

8. REFERÊNCIAS 1. ALLEN, Henry C. Sintomas-Chave da Matéria Médica Homeopática. 2a edição brasileira. Tradução José Batista. São Paulo. Dynamis editorial, 2000. 2. ALLEN, Timothy F. Encyclopedia of Pure Materia Medica. Vol. I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X. B. Jain Publishers PVT Ltd. New Delhi, 1992. 3. ANSHUTZ, E. P. Pathogénésies de l'an 1900. New, Old And Forgotten

Disponível

Remedies.

em:

. Acesso em: 01 de junho de 2008. 4. BOERICKE, William. Manual de Matéria Médica Homeopática: os sintomas-guia e característicos dos principais medicamentos (clínicos e patogenéticos). Tradutor da nona edição americana – Álvaro Mesquita Júnior. São Paulo. Robe Editorial, 1997. 5. BOERICKE, William & BOERICKE, Oscar E. Repertório Homeopata do Dr. Boericke. 4a edição bilíngüe português e inglês. Tradutor da 9a edição – Benjamin B. Fraenkel. Rio de Janeiro. Edição do tradutor, 1991. 6. BOGER, C. M. Boenninghausen’s Characteristics Materia Medica & Repertory.

Disponível

em:

. Acesso em: 24 de maio de 2008. 7. BOGER, C. M. A Sinoptic Key of the Materia Medica. BOGER, C. M. A Sinoptic Key of the Materia Medica. B. Jain Publishers (P) Ltd. New Delhi, 2001. 55

8. BRUNINI,

Carlos

Roberto

D.,

SAMPAIO,

Carlos.

Homeopatia

Princípios, Doutrina e Farmácia IBEHE. São Paulo, Mythos, 1993. 9. BRUNUNI, Carlos Roberto D. & Cols. Repertório Homeopático Pediátrico. São Paulo. Robe editorial, 2003. 10. BRUNINI,

Carlos

Roberto,

SAMPAIO,

Carlos.

Matéria

Médica

Homeopática IBEHE. 3ª edição. Volumes I,II, II, IV, V, VI, VII, VIII. São Paulo. Mythos Engenharia de Mercado Ltda, 1992. 11. CLARKE, J.H. A Dictionary of Practical Materia Medica. New Delhi: B.Jain, 1976; 12. CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 22a edição. São Paulo. Livraria Teixeira Ltda e Madras Editora Ltda. 13. COMISSÃO

PERMANENTE

DE

REVISÃO

DA

FARMACOPÉIA

a

BRASILEIRA. Farmacopéia Brasileira. 2 edição. São Paulo. Atheneu Editora, 2003. 14. COWPERTHWAITE, A. C. A Text-Book of Materia Medica Characteristic, Analytical, and Comparative. Disponível em: < http://www.homeoint.org/seror/cowperthwaite/index.htm>. Acesso em: 01 de junho de 2008. 15. CORREA, A.D., SIQUEIRA-BATISTA, R., QUINTAS. L.E. Similia Similibus Curentur: notação histórica da medicina homeopática. Ver. Assoc. Méd. Brás., Dez 1997, vol. 43, no. 4, p. 347-351. ISSN 01044230.

56

16. CORREA, Anderson Domingues et al. Similia Similibus Curentur: Revisitando aspectos históricos da homeopatia nove anos depois. Hist. Cienc. Saúde – Manguinhos, Mar 2006, vol. 13, no.1, p.13-31. ISSN 0104-5970. 17. CORBETT, C.E. – Farmacodinâmica, 5a edição, S.P., Ed. GuanabaraKoogan, 1977. 18. DIAS, Aldo Farias. Repertório Homeopático Essencial. Edição do milênio. Rio de Janeiro. Editora Cultura Médica, 2001. 19. D’CASTRO, J. B. Logic of Repertories. N. Delhi. B. Jain, 1899. 20. GALHARDO, J.E.R. Iniciação Homoeopathica. Rio de Janeiro. H. Sondermann, 1936. 21. GUERNSEY, Henry N. Key-notes to the materia Medica. Disponível em: . Acesso em: 24 de maio de 2008. 22. HAHNEMANN, Samuel. O Organon da Arte de Curar. 6a ed., G.E.H.B. Mure, S.P., 1980. 23. HAHNEMANN, Samuel. Doenças Crônicas, sua Natureza Peculiar e sua Cura Homeopática. 5a edição.Tradução da 2a edição alemã, 1835, realizada pelo Grupo de Estudos Homeopáticos de São Paulo “Benoit Mure”, ed. Servideias, 1999. 24. HAHNEMANN, Samuel. The Chronic Diseases, their Peculiar Nature and

their

Homœopathic

Cure.

Disponível

em:

. Acesso em: 24 de maio de 2008. 57

25. HAHNEMANN, Samuel. Matéria Médica Pura. Vol. I. São Paulo. Robe editorial, 1997. 26. HAHNEMANN, Samuel. Matéria Médica Pura. Vol. II. São Paulo. Robe editorial, 1997. 27. HERING, C. Guiding Symptoms of our Materia Medica. B. Jain Publishers (P) Ltd. New Delhi, 2003. 28. HUGUES, R; DAKE, J.P.A Cyclopaedia of Drug Pathogenesy. B. Jain Publishers (P) Ltd. New Delhi, 1999 29. JULIAN, O. A. Materia Medica of New Homoeopathic Remedies. Beaconsfield Publishers Ltd. U.K. 1979. 30. KENT, James Tyler. Filosofia Homeopática. Tradução de Ruth Kelson. São Paulo. Robe Editorial,1996. 31. KENT, James Tyler. Matéria Médica. Tradução Ângela Moscoso. Ed. Luz Menescal. Rio de Janeiro, 2002. 32. KENT,

James

Tyler.

Kent’s

Repertory.

Disponível

em:

. Acesso em: 24 de maio de 2008. 33. KOSSAK-ROMANACH, Anna. Homeopatia em 1000 Conceitos. 2a edição, São Paulo. Ed. ELCID, 1993. 34. LATHOUD, J.A. Estudos de Matéria Médica Homeopática. Tradução: Heloisa Helena de Macedo. São Paulo. Ed. Organon, 2001.

58

35. LIPPE, Adolph Von. Keynotes Of The Homoeopathic Materia Medica. Disponível em: . Acesso em: 24 de maio de 2008. 36. MIRILLI, J. A. Matéria Médica Temática de Sintomas mentais Homeopáticos. São Paulo. Robe editorial, 1996. 37. MURE, Benoît. Patogenesia Brasileira. São Paulo. Editora Roca, 1999. 38. NASH, E. G. Guia Terapêutico Homeopático. Rio de Janeiro. Luz Menescal, 1999. 39. PUSTIGLIONE, Marcelo. (O Moderno) Organon da Arte de Curar de Samuel Hahnemann. 2a edição. São Paulo. Ed. Typus, 2004. 40. RIBEIRO FILHO, Ariovaldo. Conhecendo O Repertório & Praticando a Repertorização. São Paulo. Editora Organon, 1997. 41. RIBEIRO

FILHO,

Ariovaldo.

Novo

Repertório

de

Sintomas

de

Sintomas

Homeopáticos. São Paulo. Robe Editorial, 2002. 42. RIBEIRO

FILHO,

Ariovaldo

Ribeiro.

Repertório

Homeopáticos. São Paulo. Robe Editorial, 1995. 43. RIBEIRO FILHO, Ariovaldo Ribeiro. Repertório de Homeopatia – Digital. Versão digital 2.101 baseado na obra Repertório de Homeopatia de Ariovaldo Ribeiro Filho publicado pela Editora Organon. São Paulo. Homeosoft Software Ltda, 2006. 44. ROBERTS, H.A. O Estudo dos Medicamentos por Comparação. Trad. de Tarcísio de F.Bazílio - S.Paulo: Robe editorial, 1996

59

45. SÉROR,

R.

Disponível

Matière em:

Médicale

Homéopathique

Synthétique.

.

Acesso em: 24 de maio de 2008. 46. SCHROYENS, F. Synthesis. London: Homeopathic Book Publ., 1993. 47. TYLER, M.L. Retratos de Medicamentos Homeopáticos. Vol I e II. Revisão de trad. e versão final de Léo Lewkowicz - S.Paulo: Santos ed., 1995. 48. ULLMAN, D. Controlled clinical trials evaluating the homeopathic treatment of people with human immunodeficiency virus or acquired immune deficiency syndrome. J. Alten Compem Medicine, v.9, n.1, pág. 139-141, feb, 2003. 49. VANNIER, Leon & POIRIER, J. Compendio de Materia Medica Homeopatica. México: Ed. Porrua, 1979; 50. VIJNOVSKY, Bernardo. Tratado de Matéria Médica Homeopática. Vol. I, II e III. São Paulo. Ed. Organon, 2003. 51. VOISIN, H.

Manual de Matéria Médica para o Clínico. 2a.ed. -

S.Paulo: Andrei ed., 1984. 52. ZANDVOORT, R. V.

Repertorium Universale: the repertory of

homeopathic remedies (RUBY). Homeopathic team – Publisher for Homeopathy, 2004.

60

9. APÊNDICE 9.1 Glossário de significados

1. Sucussão- (do latim succussio) – ato de agitar violentamente uma solução relacionada tanto ao processo de diluição como de energização das mesmas com transferência do poder farcamodinâmico ao solvente. 2. Quina conhecida na homeopatia como China officinalis. 3. Número de Avogadro (em homenagem a Amedeo Avogadro) é uma constante numérica empregada em Física e Química. Pode ser definido como o número de átomos existentes quando a massa 4. Opoterápicos - tratamento à base de extratos de tecidos, órgãos e sobretudo de glândulas hormonais. 5. Psor é preparado a partir de triturações com lactose, seguidas de potencialização através de repetidas sucussões, uma parte para noventa e nove partes de álcoll a cada vez (TYLER, M., 1995). 6. Vírus – na época de Hahnemann o vírus ainda não havia sido descoberto (Dimitry Iosifovich Ivanovsky,1864—1920, foi um biólogo russo-ucraniano que descobriu os vírus em 1892), assim ele utilizou o termo relativo a sua etimologia do latim - vírus,i 'sumo, suco; sêmen; peçonha, veneno'; ver vir(i/o)-; f.hist. 1601 virus. 7. Droga: “Qualquer substância simples ou composta de variada origem e utilizada com variados fins, que, administrada a organismos vivos em quantidades tão pequenas que não hajam como alimento, neles pode produzir alterações somáticas e funcionais” (CORBETT, C.E. – Farmacodinâmica, 5a edição, S.P., Ed. Guanabara-Koogan, 1977). 8. O próprio Hahnemann, sem qualquer prejuízo para sua saúde, chegou a “realizar 120 experiências puras em um intervalo de 30 anos”. (MURE, Benoît. Patogenesia Brasileira, 1999). 61

9. Higantropharmacologia- estudo dos efeitos das substâncias medicinais sobre o homem são. 10. Handbook of Data for Correctly Choosing Homeopathic Remedies – from the Homeopathics Medicines of Today in their Primary and Secundary Effects Derived from Sicked-bed Experience: Manual de Dados para Correta Escolha dos Remédios Homeopáticos – dos medicamentos atuais em seus efeitos primários e secundários derivados da experiência com enfermos. 11. A palavra “sintético” vem de “síntese” que significa:

reunião de

elementos em um todo, fusão ou composição Os repertórios sintéticos surgiram com o propósito de aperfeiçoarem o repertório de Kent complementando-o com medicamentos e rubricas respeitando a estrutura original.

62

View more...

Comments

Copyright � 2017 SILO Inc.